Aqui vai mais um caco de pensamento de uma teologia mínima:
O sentido que damos à vida depende do sentido que damos à morte. Se a morte é o fim de tudo, então de pouco valem as tantas canseiras e os pesados sacrifícios a que nos submetemos.
Mas se a morte é o fim, no sentido de objetivo alcançado, então tudo valeu a pena. Morrer é viver mais e melhor.
Por isso tem lógica a resposta que Sartre, no final da vida, deu a uma jornalista que lhe perguntou se continuava ainda ateu: O filósofo respondeu: “Continuo, mas com a esperança esperante de que Deus exista, do contrário a vida não tem sentido”.
Lbofff
Tem lógica mesmo a frase de Sartre…pois se somos levados no sentido natural das coisas aceitando tudo como se fosse para ser daquela ou desta forma, sinto que a vida que vivemos não é nossa, mas sim um elemento do ecossistema. Quando damos um sentido, a vida tem o nosso dedo, nosso tempero.
O fim último afinal é retornar para a origem de todas as coisas.
Querido Boff. Estamos publicando no mesmo caderno do Diário da Manhã, de Goiânia. Espero um dia receber pelo menos um bom dia, da sua parte. Gosto muito do seu trabalho. Abraço do seu amigo Braulio Calvoso.
Braulio
Não sabia que meu artigo é publicado no Diario da Manha de Goiânia. Se vc tambem publica, somos colegas.
Mando-lhe um abraço bem fraterno
lboff
Vixi, eu pensei que o senhor era um articulista de lá. Mas para não perder essa rara oportunidade, vou lhe mandar um link do meu artigo, que fala do dialeto caipira como repsositório de culturas que devem ser preservadas, no sentido de se preservar a relação que elas mantêm com o ambiente natural: http://dm.com.br/texto/92624-dialeto-caipira-um-repositario-da-erudiaao-do-saculo-xvi
Agradeço muito a sua resposta, e vou guardá-la com muito carinho.
Abraço fraterno também. Braulio Antônio Calvoso Silva.
Obrigado pela sua resposta, caro Leonardo Boff. Certamente o seu trabalho nos dá orgulho. Braulio Calvoso
Gostei bastante do raciocínio, porém, enquanto o leio sou atravessado por conflitos interpretativos! Não quero, com isto, minar a validade do mesmo, apenas apresentar as possíveis interpretações e seus riscos:
* A Morte como fim definitivo da vida (1º Sentido dado no texto) não encerra a validade da vida! A possibilidade da morte ser o termo converte a própria “vida” em “sentido da vida” e torna mas profunda, completa e honesta a Caridade. Dedico-me ao outro independente de qualquer possibilidade de recompensa para mim. Dou tudo pela vida do outro, indiferente ao termo de minha própria vida!
* A Morte como fim/finalidade (2º Sentido) pode nos levar a uma postura egoísta frente à vida! A qualidade de minha vida como determinante da qualidade de minha outra vida (a Morte) não implica necessariamente que a 1º vida seja comprometida com as demais vidas!
Paz e bem, irmão! Nada e por acaso. Estou passando por um momento de luto e a leitura deste pequeno texto reavivou em mim a certeza do valor que damos a vida e a importancia desta passagem: a irmã morte. Que Deus nos abençoe.
Acompanho o pensamento de Fernando Pessoa: “ Tudo vale a pena quando a alma não é pequena“
O homem e sua busca incessante “do quê“, que dá sentido a vida e além da vida!
As três perguntas fundamentais da filosofia: O que somos? De onde vimos? E para onde vamos?
Ou ainda: As tres questões fundamentais da filosofia Kantiana: Que podemos saber? Que devemos fazer? Que nos é lícito esperar?
Em verdade, vivemos como se nunca fossemos morrer. Isso pode ser a grande verdade. Há vida após a vida. Análogamente, a vida é como um segmento de reta que, na verdade, é uma curva. Continuando o caminho do segmento de reta, poderemos encontrar o seu começo então, a vida é ciclica!!!
A roda da vida
Posto que o mundo é cíclico,
Então toda reta é curva.
Faça sol ou faça chuva,
Sempre aparece um místico,
Profeta de um mundo etílico,
Com inspirações geniais!
Traçando mapas astrais,
Cabalas e rodas da vida,
Que ao passado convida
E ao futuro retornarás!
Posto que o mundo é cíclico,
Programo, aqui, meu retorno,
Parando no mesmo entorno,
Para este espaço tão lírico.
Padrão do mundo alquímico,
Passado lembrando o futuro,
Presente tão inseguro,
Pobre Alquimista e Mago,
Procura incessante o âmago,
Produzir do carbono o ouro.
(Somos Pó! E ao Pó Retornaremos!)
Transformar carbono em ouro
Este é o nosso ofício.
Retirar o homem do vício
E de uma vida sem futuro.
O mundo não está seguro
Precisa de transformação,
A alquimia do coração
Fará sarar a ferida
Transformará esta vida:
Paz, Saúde, União!
…Otacilio Pires (24/08/12)
A esperança…há esperança? Como diz minha mãe: “morrer é viver eternamente”.
Quando nos deparamos pensando sobre a morte é porque a vida não está tendo nenhum sentido!
http://www.poetasdopiaui.org.br/poetas/show/132/poesias-soltas/poesia/2257
A morte é o momento mais esperado e menos desejado na vida de cada um.
Como a gestação humana nos coloca na vida terrena, a vida terrena é a gestação que nos coloca na vida eterna.
Nascer é o primeiro passo para morrer. Morrer é o primeiro passo para viver na eternidade.
Eu existo , nós existimos e Ele também pode existir.
LINDO!
Creio que considerar que a morte é o fim, só pode nos remeter a viver plenamente o momento presente. Já o contrário, acreditar que a morte não é o fim, permite-nos “postergarmos” coisas importantes… então… viver no momento presente é justamente o oposto de viver, achando que vamos viver para sempre (ou que a morte não é o fim). Crer que a morte é realmente o vim e que ela pode vir a qualquer momento, força-nos a fazer o que precisa ser feito… como eu digo… na vida não existe cheque pré-datado…
Lêr o livro “Vida para além da morte” fêz-me muito bem!
Rosa/Braga-Norte de Portugal
Pode-se afirmar que o homem é um animal tripartido: instinto, afeto e intelecto. O ateísmo não dá conta das esferas afetiva e intelectual.
A escatologia como fim ou como finalidade? Se nunca saberemos se estamos mortos, o medo de morrer é completamente sem sentido, e a avaliação da finalidade terá que ser feita pelos que estiverem vivos.
Longe de o contrapor, penso muito na vida quando há uma morte…seja qual for e de qu
Gostei da matéria, mostra uma realidade incontestável, de fato, sabemos que existe uma força maior, embora nem todos admitam isto…
a vida não tem sentido por si só; mas nós podemos dar sentido a nossa vida
Certa outra oportunidade, soube através de um documentário – não lembro o nome agora – da tese defendida do ser humano ter iniciado sua consciência humana quando fez o seu primeiro sepultamento. Muito embora não seja especialista na área, penso na possibilidade de só despertamos, esta dita consciência, quando aprendermos a não mais temer a morte…
Clauberto,
É a tese de Edgara Morin, filósofo e entropólogo,segundo o aual os homens mostraram caracteríssticasa humanas a partir do sepultamento de seus entes queridos.Cercaram de ritos e colocaram flores, cujo polen pode ainda hoje se identificado porque permanece por milhares e milhares de anos. Isso supõe a consciência, como nota de sua identidade.
lboff
Hoje, sendo o meu aniversário, considero a oportunidade desta dialogicidade o meu maior entre tantos outros presentes… Respeitando todo o potencial intelectual do Morin, ainda vejo o sepultamento apenas como forma de respeito e consideração por aqueles outros que partiram. Aos meus limitados olhos, o despertar da consciência plena está na necessidade de rever a morte. Muito embora não defenda a ideia de negligenciarmos a vida, mas sim de deixar de observar a morte como sendo o maior martírio da vida. Quando alcançarmos esta compreensão, talvez tenhamos despertado a consciência plena necessária a nossa tão procurada felicidade eterna…
Certa estou que somos seres eternos…. Isso afirmo por já ter experienciado a morte por quatro minutos e vinte e cinco segundos, não a temo, portanto, pois a sensação de leveza e paz que frui são inefáveis… Sim, não tenho palavras para definir o que senti. Mas voltei, creio que não era o tempo de deixar este corpo que habito.