

Segundo economistas, os golpistas estão disputando R$ 200 bi do orçamento
O Brasil vive uma grave crise econômica, política, social e ambiental, mas já passamos por crises históricas semelhantes nas décadas de 30, 60 e 80. Todas elas exigiram grandes debates na sociedade, enorme participação política e disputas típicas da luta de classe. Seu desenlace sempre foi lento e só se concretizou em torno de um novo projeto, que conseguisse aglutinar uma base social para o sustentar, ou por meio de ações militares comandadas pelas classes dominantes.
E neste momento? O que está acontecendo?
A classe dominante não tem um projeto de país. O governo Temer/Cunha é apenas uma tentativa de aplicar rapidamente medidas de interesse de uma fração da classe capitalista, que está dividida em três núcleos de direção política.
Um núcleo do poder econômico, que é hegemonizado pelo capital financeiro e pelas empresas transnacionais, quer aplicar a receita neoliberal. Mas é um projeto antinacional e antipopular.
O segundo núcleo, lumpenburguês*, é formado pelos parlamentares dos partidos conservadores e liderados por Cunha-Temer-Jucá. Ele se move apenas por interesses mesquinhos e individualistas.
Por fim, há um terceiro núcleo, que atua por motivações ideológicas e também tem vínculos internacionais. Esse grupo é composto pela Rede Globo, pelo juiz Sérgio Moro, pelo Ministério Público Federal e pela Polícia Federal, entre eles há divergências e contradições. Pois se movem por interesses próprios, não em torno de um projeto de país.
Na ausência de um projeto e diante do agravamento da crise, resolveram dar um golpe institucional na presidenta Dilma. Tomaram de assalto o governo, com a conivência do Poder Judiciário, para tentar aplicar um programa neoliberal de emergência.
Desde então, todos os dias, o governo golpista toma medidas contra os trabalhadores e seus direitos. Seu objetivo principal é recompor a taxa de lucro e o processo de acumulação concentrada da riqueza no Brasil, a favor dos bancos e das grandes empresas transnacionais. Para isso, estão atacando os direitos dos trabalhadores e os direitos sociais em geral, além de aumentar o desemprego, que é uma forma de rebaixar os salários e dominar a classe trabalhadora.
Estão assaltando os cofres públicos e limitando os gastos sociais para, com isso, destinar os recursos antes reservados para educação, saúde e Previdência para as iniciativas de interesse exclusivo dos capitalistas. Segundo os economistas, os golpistas estão disputando cerca de R$ 200 bilhões do orçamento da União.
Já os R$ 400 bilhões destinados ao pagamento de juros aos bancos são intocáveis. Querem aumentar a idade mínima de aposentadoria para até 70 anos, como defendeu o impostor Temer, mas nenhuma palavra foi dita sobre os R$ 62 bilhões de isenção da Previdência dado às empresas, somente em 2015.
Outra fonte de recursos privados será o patrimônio público. Estão retomando o processo de privatização, começando pelo pré-sal (com a revogação da Lei da partilha, já aprovada na Câmara) e pelo setor elétrico. Estão desmontando os serviços públicos, a ver pelas ameaças às escolas públicas, ao Sistema Único de Saúde (SUS) e ao Programa Mais Médicos. Avisaram que nossas terras serão entregues ao capital estrangeiro. Fecharam o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e estão acabando com as políticas para a agricultura familiar e a reforma agrária.
Seus apoiadores nas ruas diziam lutar contra a corrupção. Devem estar envergonhados. Já tiveram três ministros exonerados por conta de denúncias, sem contar outros que estão arrolados em processos de desvios de dinheiro público. Jucá disse claramente que o golpe era apenas para parar a Operação Lava Jato. Cunha renunciou à presidência da Câmara para salvar sua pele e seus dólares. Nunca houve governo envolvido com tantas denúncias de corrupção como este.
Os movimentos populares reunidos na Frente Brasil Popular temos defendido sistematicamente que o primeiro passo é garantir o respeito à democracia. Ou seja, que a presidenta Dilma reassuma o comando do governo, mas que publique logo em seguida uma carta de compromisso com um novo programa, que defenda as necessidades do povo e da soberania nacional.
O segundo passo é a presidenta Dilma reorganizar um ministério em diálogo com a sociedade e aplicar um programa que segure a crise econômica e resolva os problemas do povo.
O terceiro é fazer uma reforma política, para reconstruir e democratizar o sistema eleitoral brasileiro de modo que o povo possa de fato eleger os seus verdadeiros representantes. Como o atual Congresso não quer nem tem moral para aprovar os projetos de reforma política que dormem em suas gavetas, a única saída seria convocar via plebiscito uma assembleia constituinte exclusiva para fazer rapidamente a reforma política, antes das eleições de 2018.
E em quarto lugar, precisamos seguir construindo um novo projeto popular para o Brasil, a partir de um amplo debate de ideias com todos os setores da sociedade brasileira. Embora isso leve tempo, é o único caminho para sairmos verdadeiramente da crise.
Essa estratégia só terá forças se conseguirmos motivar as massas da classe trabalhadora a participar ativamente e se mobilizarem nas ruas. Temos defendido que é necessario organizar grandes mobilizações nacionais da classe trabalhadora, contra o golpe, o desemprego e as medidas que ameaçam a soberania nacional que os golpistas estão tomando.
O ideal é viabilizarmos uma greve geral da classe trabalhadora como forma de protesto e de alterar a atual correlação de forças.
As Frente Brasil Popular e Povo sem Medo acordaram também realizar uma grande mobilização no dia 5 de agosto no Rio de Janeiro e em outras capitais do país durante a abertura das Olimpíadas.
O desfecho dessa crise, é ainda uma icógnita, mas a luta será prolongada e árdua.
* O conceito de “lumpen-burguesia” surge pela primeira vez no final dos anos 1950 através de alguns textos de “Ernest Germain”, pseudônimo de Ernest Mandel, ao se referir à burguesia brasileira, que o autor considerava uma classe semicolonial, “atrasada”, não completamente “burguesa”
Outra leitura, para pensar …
Márcia Holanda Cavalcanti p r o d u ç õ e s g r á f i c a s [email protected] skype: marcia.holanda.cavalcanti t. 21 25412300 c. 21 97639554 I 21 79193922
As pessoas têm uma ideia completamente errada do líder do João Pedro Stedile, do Movimento dos Sem Terra, o MST. Stedile, como sempre, polêmico em suas ações, mas muito coerente em suas atuações em desenvolver um trabalho de conscientização ao povo que carece de educação e de terras. É preciso urgentemente de se fazer a reforma agrária. A grande parte da população sonha em morar, trabalhar e estudar nos Estados Unidos, mas não tem a visão que antes de ser a grande potência das Américas fez a sua reforma agrária, através do empreendedorismo comercial e incentivo aos pequenos agricultores familiares e médios pecuaristas. O Brasil República nunca se preocupou em efetuar a distribuição da terra para realização de sua função social. E hoje, em pleno século XXI. vivemos nos amargando com uma política que só beneficia os grandes latifundiários escravrocratas, que só têm um único interesse, o Capital.
Idéia errada ? É ?
Então…. tebs razão o Pedro Stedile é um santo.
Na Terra de Santa Cruz carecemos de: honestidade, respeito, amor, solidariedade, partilha…
Republicou isso em Zefacilitador.
“A luta deles é cobrar o que a Constituição prescreve: a reforma agrária que nunca é feita.” BOFF. Poxa vida, foram mais de 15 (quinze) anos de governo PETISTA e não fizeram uma de suas diretrizes fundamentais, a reforma agrária… Vamos precisar de mais quantos: outros 15 anos, mais 30 anos…? Já sei, vamos conceder mandato vitalício ao PT e deixar sem meta e prazo e aí quando chegarmos a meta da reforma agrária agente dobra a meta…
O escárnio já venceu o cinismo desse partido a pelo menos duas décadas.
PRIMEIRAMENTE, #FORATEMER
“VOCÊ PODERÁ VER, OU DÁ OU DESCE.
OU DÁ OU DESCE O CACETE E BOTA
PRA QUEBRAR, POIS O CU NESTA ORGIA É SOMENTE O DO POVO BRASILEIRO. É SEMPRE O ESCULACHADO, ESCULHAMBADO, ARREGAÇADO ÂNUS DA NAÇÃO QUE ESTÁ NA RODA DESTA QUADRILHA CANALHA QUE EM TUDO NOS ASSALTA E NOS ESTUPRA O TEMPO TODO.
O CU É SEMPRE O NOSSO!”
Inventário das denúncias contra Aécio e a Cobertura da Mídia – O Cafezinho
>> https://gustavohorta.wordpress.com/2016/07/08/inventario-das-denuncias-contra-aecio-e-a-cobertura-da-midia-o-cafezinho/
Gustavo, concordo com as ideias mas não usaria as palavras escatológicas que usou; são muito pesadas. lboff
Não tenho seu talento e muito menos sua sabedoria.
Apenas sinto o que sinto e assim consigo me expressar e colocar para fora toda a minha indignação.
Escatológico é, mais apropriadamente identificado, o produto da digestão que os políticos do ‘Brazil’ expelem por suas bocas rotas e atitudes cretinas.
Agradeço seu comentário.
Amor, compaixão, solidariedade.
Felicidade. Sempre.
Seria muito bom se nós, brasileros acordássemos desse pesadelo que estamos vivendo desde o golpe. Com força e união conseguiremos mandar toda essa corja pro quinto dos infernos
Sinceramente… Não dá para ler isso e ficar isento de comentários.
Dizer que o atual governo é o sonho do povo brasileiro é mentira, mas afirmar que este governo está desviando dinheiro é pur sacanagem. Todos os partidos, inclusive o PT fizeram enormes desvios de recursos que poderia ser usado para a educação e saúde, e este é sim o principal motivo da crise. O PT não fez, (porque não quis), as reformas necessárias. O PT não investiu maciçamente na educação pública de base. O PT se aliou com empreiteiros para roubar a nação.
Agora que a vaca foi para o brejo, vai dizer que a culpa é dos outros? Fala sério.
A reforma agrária é fundamental para termos um país mais justo. Não dá mais para o sistema de concentração de riquezas – entre elas a terra – continuar em pleno século 21. Redistribuição de terras, que é o objetivo final de uma Lei Fundiária, também já foi atingida mundo afora por meios estatais ou revolucionários.
Emiliano Zapata, que após 1910 iniciou processo de distribuição de terras, acabou morto no final da Revolução Mexicana. Na década de 30 o próprio estado mexicano, no governo de Lázaro Cárdenas realizou uma grande reforma agrária, distribuindo cerca de 70 milhões de hectares a cerca de 3 milhões de lavradores.
Os EUA também realizaram distribuição de terra no século 19 com a lei conhecida como “Homestead Act”, outros países como Itália e China também deram atenção a esta questão. No nosso caso, infelizmente a palavra que melhor define nossa situação é atraso, pois estamos mais para o século 17 nesse assunto, concentrando terras e excluindo aqueles que tem maior legitimidade ainda de reclamar a terra, nossos irmãos indígenas.
Estamos chegando no momento de apresentar, objetivamente, propostas e um caminho que possa servir como canalização de energias tanto das pessoas já sensibilizadas pela causa da democracia, quanto por aquelas ainda embrutecidas depois de tanto sofrer por ocasião desse cenário opressor.
Uma alternativa viável para que as pessoas possam viver sua vida com trabalho duro, mas honesto, que ao invés da humilhação da exploração traga dignidade, provavelmente seja muito mais eloquente do que a retórica mais elaborada. Depois de receber essa força, seja a luta pela greve ou outras manifestações, tudo passa a ser possível quando tem-se pelo que lutar.