Uma das maiores conquistas da pessoa humana em seu processo de individuação é a liberdade de espírito. Liberdade de espírito é a capacidade de ser duplamente livre: livre das injunções, regras, normas e protocolos que foram inventados pela sociedade e pelas instituições para uniformalizar comportamentos e moldar personalidades segundo tais determinaçãos. E significa fundamentalmente ser livre para ser autêntico, pensar com sua própria cabeça e agir consoante sua norma interior, amadurecida ao largo de toda vida, na resistência e na tensão com aqueles injunções.
E essa é uma luta titânica . Pois todos nascemos dentro de certas determinações que independem de nossa vontade seja na família, na escola, na roda de amigos, na religião e na cultura que moldam nossos hábitos. Todas estas instâncias funcionam como super egos que podem ser limitadores e em alguns casos até castradores. Logicamente, estes limites desempenham uma função reguladora importante. Pelo fato de o rio possuir margens e limites é que ele chega ao mar. Mas estes podem também represar as águas que deveriam fluir. Então se esparramam pelos lados e se transformam em charcos.
As atitudes e comportamentos surpreendentes do atual bispo de Roma, como gosta de se apresentar, comumente chamado de Papa, Francisco, nos evocam esta categoria tão determinante da liberdade de espírito.
Normalmente o cardeal nomeado Papa logo incorpora o estilo clássico, sacral e hierático dos Papas, seja nas vestimentas, nos gestos, nos símbolos do supremo poder sagrado e na linguagem. Francisco, dotado de imensa liberdade de espírito, fez o contrario: adaptou a figura do Papa a seu estilo pessoal, aos seus hábitos e às suas convicções. Todos conhecem as rupturas que introduziu sem a maior cerimônia. Aliviou-se de todos os símbolos de poder, especialmente, a cruz de ouro e pedras preciosas e o mantelo (mozetta) colocado aos outros, cheio de brocados e preciosidades, outrora símbolo dos imperadores romanos pagãos: sorrindo disse ao secretário que queria colocá-lo a seus ombros: “guarde-o porque o carnaval já acabou”. Veste-se na maior sobriedade, de branco, com seus sapatos pretos habituais e, por baixo, com sua calça também preta. Dispensou todas as facilidades atribuídas ao supremo Pastor da Igreja, desde o palácio pontifício substituido por uma hospedaria eclesiástica, comendo junto com outros. Reporta-se antes ao pobre Pedro que era um rude pescador ou a Jesus que, segundo o poeta Fernando Pessoa, “não entendia nada de contabilidade nem consta que tinha biblioteca”, pois era um “factotum” e simples campones mediterrâneo. Sente-se successor do primeiro e representante do segundo. Não quer que o chamem de Sua Santidade, pois se sente “irmão entre irmãos”, nem quer presidir a Igreja no rigor do direito canônico, mas na caridade calorosa.
Em sua viagem ao Brasil mostrou sem nenhuma espetacularização, esta sua liberdade de espírito: deseja como transporte um carro popular, um jeep coberto para locomoção no meio do povo, pára para abraçar crianças, para tomar um pouco de chimarrão, até trocar seu “solideo papal branco” da cabeça, por um outro, meio desengonçado oferecido por um fiel. Na cerimônia oficial de acolhida por parte do Governo que obedece a um rigoroso protocolo, após o discurso, vai à Presidenta Dilma Rousseffe e a beija para estarrecimento do mestre de cerimônia. E muitos seriam os exemplos.
Esta liberdade de espírito lhe traz uma inegável irradiação feita de ternura e vigor, as carcaterísticas pessoais de São Francisco de Assis. Trata-se de um homem de grande inteireza. Tais atitudes serenas e fortes mostram um homem de grande enternecimento e que realizou uma significativa síntese pessoal entre o seu eu profundo e o seu eu consciente. É o que esperamos de um líder, especialmente religioso. Ele evoca ao mesmo tempo leveza e segurança.
Esta liberdade de espírito é potenciada pelo resgate esplêndido que faz da razão cordial. A maioria dos cristãos está cansada de doutrinas e é cética face a campanhas contra reais ou imaginados inimigos da fé. Estamos todos impregnados até a medula pela razão intelectual, funcional, analítica e eficientista. Agora vem alguém que a todo momento fala do coração como o fez em sua fala na comunidade(favela) de Varginha ou na ilha de Lampedusa. É no coração que mora o sentimento profundo pelo outro e por Deus. Sem o coração as doutrinas são frias e não suscitam nenhuma paixão. Face aos sobreviventes vindos de África, confessa:”somos uma sociedade que esqueceu a experiência de chorar, de “padecer com’: a globalização da indiferença tirou-nos a capacidade de chorar”. Sentencia com sabedoria:”A medida da grandeza de uma sociedade é dada pelo modo como trata os mais necessitados”.
Por esta medida, a sociedade mundial é um pigmeu, anêmica e cruel.
A razão cordial é mais efetiva na apresentação do sonho de Jesus que qualquer doutrina erudita e tornará o seu principal arauto, o Francisco de Roma, uma figura fascinante que vai ao fundo do coração dos cristãos e de outras pessoas.
De Leonardo Boff acaba de sair Francisco de Assis e Francisco de Roma, Mar de Ideias, Rio 2013.
Falta um líder político com esta liberdade de espírito. Quebrando os protocolos tradicionais do moralismo e da hipocrisia. Não se curvando a grandes bancos e a empresários podres de bilionários. Favorecendo os povos indígenas, favorecendo os mais pobres (e não por meio do consumo, sem essa história de classe C, consumir mais, nova classe média…), favorecendo o meio ambiente, tudo em detrimento do Capital, selvagem e corrosivo, venenoso e inebriante. Não se curvar também ao grande império, o Big Brother, aquele que a todos pretende controlar e tem poder bélico pra isto, mas nem diante de todo este poder um homem de moral e honra deveria se curvar. Esta moral é boa, não aquela outra, que gera o moralismo doente. Não se curvar, sobretudo, aos imperativos da especulação imobiliária e, sim, prestigiar a criatividade da arquitetura, misturada com a funcionalidade sustentável. A tudo isto um bom governante deveria dar atenção, pois assim o Estado seria forte e justo, não seria um Estado forte e tirânico. Nem um Estado enfraquecido e vendido como uma puta aos lenões de cueca de seda molhada de champange caro. Por fim, prestigiar também a cultura do próprio povo, enaltecer esta cultura, exportá-la até, não se deixar dominar completamente pela cultura alienígena (esta, no máximo, sendo bem flexível, ser tolhida em 50%). Enfim, não voto em partidos, voto em homens e mulheres. Se um dia vir uma mulher ou um homem com estas virtudes e estas intenções votarei com a consciência completamente limpa e com a certeza cega de que estarei fazendo a coisa certa. Pois o que tenho feito até hoje é, não votar nulo, jamais, mas, com muito pesar, tenho votado com a dúvida, com o sentimento miserável de estar votando no “menos pior”, no que tem, porque sabemos que nem sujeito de partido A, nem sujeito de partido B podem se fazer valer das prerrogativas de Santo como um Papa poderia.
Não falta não : FHC !
Tá doido amiguinho? O FHC não fez nem 1/3 disso tudo que eu falei. Teve o tempo dele, teve a vez dele, não é agora que ele vai voltar glorioso. Até porque ele é um sujeito hipócrita e pedante. E arrogante.
ESSE TEXTO DE LEONARDO BOFF, EXPRESSA MUITO O QUE SE ESPERA DE UM LIDER RELIGIOSO, QUE FALA DIRETAMENTE AO CORAÇÃO DO SER HUMANO. RESGATA NA ALMA A VONTADE DE PROCURAR SABER SER EM VEZ DE TER. O PAPA DEMONSTRA UMA TRANSPARÊNCIA NO QUE FALA .SEGURANÇA NA ALMA DE TER ESPERANÇA DE UM MUNDO MELHOR ….TRANSMITE QUE DEUS ESTÁ EM TUDO E EM TODOS, SEM DISTIÇÃO..MARAVILHA.AMÉM, QUE CONTINUE ASSIM.
Lindo o que esse Papa está fazendo, devolvendo a razão principal da Igreja , amor e caridade. É isso aí irmão Francisco.
Jesus não nos deixou na orfandade. Ele cuida e resgata as suas ovelhas a seu tempo enviando homens para cuidar e ensinar seu rebanho como está fazendo o papa Francisco, como o senhor também tem feito com seus escritos. Obrigada!
gosto, imenso das palavras de Leonardo Boff, pessoa e teologo, bem moderno acompanhando a fé nos tempos actuais
Amigo Boff, também o Vejo dessa forma. Que sua cordialidade e autenticidade faça-nos redescobrir a maravilha de viver no amor de Deus e dos irmãos.
Que bom que dispensou o tratamento Sua Santidade.É bom e bonito demais para artificialismos e, o fundamental: é inteiro.Necessitamos de inteireza.E, o Rio se presta: um povo lindo, que sofre e, apesar disso, ama e, é alegre. Sabe dar. Um abraço, Isabel
Hoje escrevi no Facebook “O PAPA E OS ENSINAMENTOS VÉDICOS”. E agora com esse escrito do Irmão Boff me vem à mente um pensamento: que como todas as águas dos rios convergem para o oceano, as várias verdades só pode confluir para a Única Verdade.
No Ramayana que estou legendando para o nosso vernáculo, no DVD 1, episódio 5, vv. 68 a 72, o Guru Vashishtha diz o seguinte para os quatro discípulos celibatários Rama, Lakshmana, Bharata e Shatrughna:
“Hoje é o último dia
de vocês nesta escola.
Tudo que eu tinha que
vos ensinar acaba aqui.
Hoje, na cerimônia de despedida…
…eu vos darei o último conselho.
A verdadeira SABEDORIA é
aquela que confere LIBERDADE…”
“QUEM TIVER OLHOS DE VER, OUVIDOS DE OUVIR E
DISCERNIMENTO PARA COMPREENDER QUE COMPREEND
Francisco Evangelista
…só uma correção, onde se lê só “pode” confluir”, leia-se: só “podem” confluir…
Fabuloso Leonardo Boff…de uma sensibilidade idêntica à de Francisco l ;penso honestsmente,com total… sinceridsde que poderias estar lá… também com o mesmo desempenho e identidade com os mais necessitados, os pobres,por quem Jesus tanto implorou e deixou a sua Boa Nova !!!
Maravilhoso texto.Para se refletir mesmo!
Francisco de Roma, ” homem que realizou a síntese pessoal entre o seu eu profundo e o seu eu consciente. ” . Verdade Boff, quando isso acontece, a irradiação amorosa é irresistível, pois o amor de cristo,está presente em cada gesto, palavra e ação.
Excelente! E o fato de tomar chimarrão de um desconhecido em Copacabana, após ter trocado com outro o seu solidéu, denotam um homem sem temores, desarmado, entregue aos seus irmãos de fé – o povo desta naçÀO. aBRAço da Fatima/ Laguna/SC
Francisco exala Amor e isso faz dele o Ser que é.
Aliás, Leonardo Boff também!
Boff,
Vendo a reportagem “Papa convoca Igreja a reconquistar fiéis que se tornaram evangélicos” (_http://noticias.terra.com.br/brasil/papa-francisco-no-brasil/papa-convoca-igreja-a-reconquistar-fieis-que-se-tornaram-evangelicos,f9a40c67e8610410VgnCLD2000000ec6eb0aRCRD.html), vejo o quanto a Igreja do Brasil foi ineficiente na sua missão.
Segundo a reportagem, o Papa fala de uma Igreja “pobre e próxima dos pobres”, mas minimizando a TdL.
A Igreja no Brasil, não tem falado a linguagem dos pobres, tem falado a linguagem dos “intelectuais” marxistas. Com seu discurso marxista, socialista, complicado e bizarro, a CNBB conseguiu reduzir o número de católicos à metade.
Nós, os pobres, já temos decepções por demais nesse mundo. O nosso socorro vem do Senhor Jesus; não de um líder social. Vem de um Deus Salvador, não de um Messias que vá eliminar a diferença entre classes.
Toda fé, piedade (não confundir com pietismos!!!), sintonia com Deus, etc, foi eliminada pela TdL.
Vou lhe dar um exemplo: quantas vezes fui à Igreja, e escutei o padre falar em latifúndio, reforma agrária e sem-terra. Num bairro de classe média baixa, quantos latifúndios você acha que estão lá sentados?
Quantas vezes não ouvi o padre falar em sindicato, poluição do meio-ambiente, entre outros discursos já praticados por vocês da TdL. Pergunta: considerando uma cidade pequena, cuja indústria é fonte de renda, o senhor acha que o “povo” vai fazer greve para perder o emprego? E depois, vai viver do que? Esse pessoal pobre quando muito tem um carro, como vai sair por aí “poluindo” o meio-ambiente? rs
São exemplos muito básicos, mas para lhe lembrar, que a Igreja fez opção pelos pobres, mas nós os pobres, não fizemos opção por “essa Igreja da TdL”.
O discurso da TdL não nos atende, Boff!
Eu penso que o estrago já foi feito, e é irreversível.
Temos gerações de padres, bispos e até seminaristas engajados com a TdL, sem responder ao que nós os pobres queremos.
A outra parcela dita conservadora, está sem um “norte”, sem um discurso que convença.
Por essas e inúmeras questões, os evangélicos estão sim crescendo, e no atual andar da carruagem, seremos uma pequena parcela da população.
Finalizando, se o você me perguntar, qual o motivo desse desastre? Não vou culpar o Vaticano; nem JP II, nem muito menos Bento XVI (nem o Cardeal Ratzinger – rs), mas, a Teologia da Libertação.
Atenciosamente,
Alexandre
PS.: Se você possuir algum artigo explicando o por quê nós os pobres não fizemos opção preferencial pela Igreja, agradeço se você me enviar.
Caro Alexandre, fantástica está sua resenha, concordo com o que falaste, felizmente existem ainda pessoas que conseguem analisar o mal que este senhor causou a Igreja, com estas teorias, mas FELIZMENTE o cara lá de cima olhou para baixo e disse, chega desta lambança destes teóricos coloque o Francisco no comando, ele diz, a Igreja deve ser como a mãe, deve ter o filho no seu colo, dando-lhe amor, ouvindo-lhe naquilo que ele necessita, ou seja estar presente com ele sem a intenção de lhe imputar teorias para a libertação pois a libertação já está posta pela entidade superior o amor que está dentro de nós a compreensão de que a justiça não é uma questão material mas sim uma questão espiritual.
Carlos,
Curiosamente aquilo que nós sempre pregavamos e realizávamos que era ir para os pobres, fazer a opção pelos pobres contra sua pobreza, nós da Teologia da Libertação, o Papa está repetindo.E vc diz que isso causou mal à Igreja. Estamos em boa companhia: Será que o Papa está fazendo mal à Igreja ao pregar que devemo sir para o meio do povo especialmente para o meio dos pobres?
Aprenda a buscsar um pouco de coerência e rebaixe um pouco seus ressentimentos.
é Antunes infelizmente você tá equivocado, seu Deus parece que tá lá pelas nuvens, longe da realidade humana, tipicamente pentecostal. Não é aquele do do encontro com o jovem rico ou do bom samaritano. Que Deus distante é esse teu? E nem precisamos da Teologia da libertação para falar de uma Igreja com o rosto dos pobres. Ela, a teologia da libertação é mais uma teologia da igreja como tantas, porém sua episteme não usa as concepções da filosofia grega, como a de Santo Agostinho e Tomás de Aquino e sim a análise marxista.
Costumo sempre dizer que o Deus menino não nasceu no santo dos santos, lugar do templo judeu e sim na periferia da pobre cidade de Belém (que naquela época seria do terceiro mundo romano) e numa manjedoura. Então que Deus é esse que quis se identificar e viver como pobre? Sua proposta não se encontra na contra mão das aspirações humanas? Dessa sociedade consumista ocidental? Explique melhor sua teologia furada…
Oi Afonso!
Primeiramente não há como eu “explicar minha teologia furada”, porque eu não a tenho, visto que sou um simples engenheiro de software, e não um teólogo.
Interessante é que vocês da TdL nunca respondem à pergunta básica “por que os pobres não fizeram opção pela Igreja?”.
Vamos abaixo para algumas considerações…
Mas não sou pentecostal não, nem pertenço ao movimento da RCC.
Você diz que o meu Deus está nas nuvens, longe da realidade humana… Ele não está não!
Creio num Deus Vivo, que se revela em Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, na força e no poder do Espírito Santo que é Senhor e dá a vida, como professamos no símbolo niceno.
E esse Deus é aquele que caminha conosco, fortalece-nos durante os problemas, revigora nossas forças, alegra o nosso coração.
Como no cântico de Ex 15 ” O Senhor é minha força, é a razão do meu cantar, pois foi ele neste dia para mim libertação!”.
A minha crítica para com a TdL concentra-se no fato dela esvaziar toda a espiritualidade, concentrando-se apenas no materialismo. Como diz a Carta aos Hebreus 13: “Não temos aqui cidade permanente, mas buscamos aquela que está por vir”. Essa nossa vida, é passageira, e estamos sim num vale de lágrimas! Sim, o meu auxílio está no Nome do Senhor que fez o céu e fez a terra, e posso testemunhar o quanto ele tem me auxiliado.
Uma outra consideração: como católico “de sempre”, não vivo uma espiritualidade intimista e egoísta, que olha apenas para o meu umbigo; felizmente, a fé católica nunca ensinou uma fé egoísta como vemos em muitos ambientes pentecostais.
Mas desde criança, meus pais – católicos -, sempre me ensinaram a partilhar, a respeitar o próximo, socorrer os necessitados, ser justo, honesto, e fazer o melhor para o próximo.
“Todo aquele que está em Cristo, é uma nova criatura!” (2Cor 5,17)
Quem está em Jesus, iluminado pelo Espírito Santo, está sim comprometido com os que sofrem, com os doentes, com um irmão que precisa de uma ajuda material, e por aí vai….
Na história da Igreja, já tivemos tantos santos que sabiam conciliar espiritualidade e caridade! O que dizer de São Vicente de Paulo, São João Maria Vianney, Madre Teresa entre tantos outros!
O que o atual papa tem nos lembrado é do nosso compromisso para com os pobres, mas não para com a Teologia da Libertação.
Ir à missa para escutar o padre falar de latifúndio, grileiro, sem-terra, sem-teto, meio-ambiente, entre outras coisas que você bem conhece, é bem desanimador.
A Igreja não deve silenciar com qualquer injustiça, mas jogar no lixo a espiritualidade em detrimento desse discurso socialista, ahhh meu caro… esse não é o papel da Igreja.
Para isso já temos há muito tempo a Doutrina Social da Igreja.
Enfim, você tem o seu ponto de vista, e eu tenho o meu.
A maior resposta à ineficiência da TdL está nos números.
No tempo em que dominou a Igreja no Brasil, qual foi o resultado que ela alcançou? O Partido dos Trabalhadores que é fruto da TdL? Os pobres que não encontraram a resposta na Igreja católica? A classe média que está também deixando a Igreja porque esta não tem anunciado Jesus Cristo?
Admita que a TdL não cumpriu o papel de evangelizar, e finalmente, lembre-se: A Igreja da TdL fez opção pelos pobres, mas nós os pobres, não fizemos opção por “essa” Igreja.
Abraço.
Alexandre ANTUNES.
1000 Vivas ao papa Francisco, com seu exemplo de humildade e riqueza espiritual!!
De Leonardo Boff acaba de sair Francisco de Assis e Francisco de Roma, Mar de Ideias, Rio 2013. Tá vendendo bem ?
O Leonardo Merece Muito Respeito. Para de provocar uma pessoa que sempre se dedicou para que a Igreja fosse autêntica e compromissada com os pobres, poque a pobreza é fruto da exploração e escraviza as pessoas, enquanto outros nadam em dinheiro, sem se preocupar com o sofrimento que a exploração causa à sociedade. Não se pode falar em cristianismo sem falar em igualdade social. Só o amor traz essas preocupações e leva à ação.
Brilhante texto! Hoje meu marido comentava que a Igreja saiu na frente no que tange à globalização da NÃO indiferença.
Claro que ele escreve bem, claro que só podia falar bem do papa, apesar da sua postura. Não gosto simplesmente do tipo de visão que ele tem da minha Igreja, do que ele declara, do jeito MST, não sei , algo de instinto, de intuição me deixa cabreira com ele. Cada um sabe de si e suas consequências.
Martha,o amigo e sábio Leonardo Boff com o qual sempre estamos aprendendo, diz que: Um ponto de vista é a vista de apenas um ponto.Cada vez mais creio nisto. Acho que tenho algo em comum contigo (porém em trincheiras opostas) no que se refere à “algo de instinto”,”de intuição”, em relação por exemplo da Rede Canção Nova,aos padres cantores,que produzem mais galanteios do que louvores,aos padres que usam colarinhos brancos e passam brilhantina, digo, gel nos cabelos quando se apresenta em programas de TV, padre que ficou depressivo quando o time do Corinthians foi rebaixado,usam batinas pretas com trinta e três botões,(acho bem anacrônico e ostentação de “poder” sacro), aquele “secretário” e acólitos do papa que durante a liturgia ficam de mãos postas em estilo gótico ( apontando para o céu), também igualmente à você fico “cabreiro” com estas células de nossa igreja. Meus filhos e minha esposa dizem à mim que isto é preconceito .Será que é mesmo ? Se for, igualmente, somos preconceituosos.De um lado você com LB. e eu com os citados acima.
Nos últimos anos o mundo encarou as mais densas sensações de ‘prazer’ pelo poder. O resultado disso tudo é uma geração de pessoas vazias e sem sentido. Nunca criamos uma época de tanta falta de sensibilidade. Andamos sem rumo, não conversamos nos olhos, não trocamos nossas experiências e muito menos pensamos nos outros. Nossa intenção em ajudar os mais necessitados é dar moedas ao mendigo em frente à igreja, é ligar para o programa de TV e pagar a conta do mês que vem. Na verdade, não precisamos de nada disso, pois estamos criando uma geração de pessoas descartáveis como copos plásticos. O sexo então, nunca foi tão banal. A figura da mulher coisificada talvez esteja no seu maior estagio de normalidade. É isso. O mal se normalizou. Frente a tudo isso, o amigo Francisco vêm oferecendo ao mundo verdadeiros testemunhos de fé e vida. Com seu perfil de homem simples ele nos revela que a Humanidade não precisa de poder, dinheiro, prazer a todo custo ou de uma vida midiática. “A vida é na poeria” já dizia os textos de Adélia Prado e assim deve ser conosco. Nada está perdido se estamos com os pés fincados nos valroes e razões que nos dão sentido. O Papa nos ilumina, pois o próprio Jesus Cristo foi simples em sua experiência humana. Gosto muito da passagem de Cristo com a prostituta. Jesus olhou fixamente pra ela e não buscou com quantos homens já se deitou, mas a verdade que habitava em seu coração. Que a presença humilde de Francisco nos ensine a sair de nosso ritualismo egoísta e encarar a frágil realidade de nossos irmãos mais vulneráveis. Que Jesus nos ajude. Abraços Boff.
É justamente com as características que descreve, que escreve… parabéns Leonardo Boff.
Republicou isso em Blog do Prof. Jean Magno.
O amor é como a água que rompe a dureza da pedra que a impede de fluir livremente. Mesmo diante da dureza dos rigores ritualísticos da Igreja, Francisco, o homem, consegue demonstrar seu amor, sua misericórdia e sua compaixão para com aqueles que Jesus verdadeiramente ama. Habemus Papam!!
Olá. Sou jornalista, me chamo Nerita Oeiras, e gostaria de entrevistar o senhor para uma matéria que estou concluindo, sobre a visita do Papa ao nosso país. Tenho uma certa urgência, como posso agendar uma entrevista? Pode ser via skype, caso não esteja o senhor no RIo de Janeiro neste momento? Obrigada
[email protected]
21 83258758
Nerita,
O melhor é vc entrar o meu blog que tem varias materias sobre o Papa: leonardoboff.wordpress.com
Tire de lá os materiais em forma de perguntas e respostas,se achar por bem fazer isso.
lboff
Incrível, o GRANDE Papa Francisco falou: não queremos príncipes e nem pessoas ambiciosas muito bem colocado aos da tdl.
O que pregaste é artificialmente humano muito velho, o que o PAPA está pregando é realmente o que o Universo desde o início sempre pregou, amor.
Boff disse tudo!Outro tempo na Igreja católica!
Este artigo nos convida a olhar pra nossa trajetória pessoal, de como escolhemos viver no que tange à Fé (nas igrejas ou fora delas) e à vida concreta, social. Enquanto o “OUTRO” determinar a minha experiência de vida serei apenas fantoche… não serei Protagonista! Boff, grata pelo incentivo ao protagonismo e por me acenar o caminho para a escolha sempre verdadeira de seguir os passos de Jesus – simples camponês mediterrâneo!
Eu queria ver Vossa Santidade o “PAPA” doar as terras da igreja para reforma agrária !
Fiquei encantada com esse artigo, realmente é um novo sopro na Igreja, é a reconstrução do novo Francisco que ouvindo os apelos do Senhor, inicia a sua missão. Deus abençoe o Papa Francisco e a Igreja de Cristo
Obrigada por tão grande contribuição.
Irmã Priscila, fnsbc
Enviado pelo meu Windows Phone ________________________________
Excelente texto, Leonardo tem o poder da síntese. Parabéns! Só um comentário: estive em uma missa na minha terra natal – Areia (PB) e me chamou atenção o ritual de poder que emanava do altar, tudo ritualisticamente ensaiado e onde ficava claro o cargo, o poder e os subordinados. Pensei e verbalizei na família: a missa esta fora dos propósitos do novo papa. Seria ótimo se nossos padres se aproximassem mais de suas comunidades.
Muito reconfortante ver um lider da igreja falar novamente em amor ao proximo. Temos que estar atentos para os novos tempos. Nossos verdadeiros lideres tem sido covardemente difamados nas redes sociais e nas midias e o povo precisa saber quem realmente está do seu lado.
Isso é o Cristianismo na sua origem, O que Jesus pregava.
Considero o Leonardo Boff como um grande profeta da atualidade, além de grande intelectual e teólogo. Estou acabando de ler o livro que ele escreveu já a muito tempo: O rosto materno de Deus.
A reflexão que é feita sobre maria nesse livro, é simplesmente maravilhosa. estou encantado!
A decisão de doar as terras da Igreja, coisa que o homem Francisco certamente faria, não cabe somente a ele, o Papa. Infelizmente, ele vai esbarrar em toda uma corrente REACIONÁRIA E CORRUPTA da Igreja, aliada a este sistema econômico, podre.