Desenvolveu-se, já há bastante tempo, toda uma teologia dos “sinais dos tempos” como forma de percepção de um desígnio divino para a história humana. Esse procedimento é arriscado, pois para conhecer os sinais precisa-se primeiramente conhecer os tempos. E estes nos dias atuais são complexos, quando não contraditórios. O que é sinal do Espírito para alguns pode ser um antissinal para outros.
Mas há alguns eventos que se impõem à consideração de todos, pois possuem uma evidência em si mesmos. Vamos nos referir a alguns pela densidade de sentido que contém.
O primeiro é sem dúvida o processo de planetização. Esta, mais que um fato econômico e político inegável, representa um fenômeno histórico-antropológico: a humanidade se descobre como espécie, habitando a mesma e única Casa, o planeta Terra, com um destino comum. Ele antecipa o que já Pierre Teilhard de Chardin dizia em 1933 a partir de seu exílio eclesiástico na China: estamos na antessala de uma nova fase da humanidade: a fase da noosfera, vale dizer, da convergência das mentes e dos corações constituindo uma única história junto com a história da Terra. O Espírito que é sempre de unidade, de reconciliação e de convergência na diversidade.
Outro sinal relevante é constituído pelos Fóruns Sociais Mundiais que a partir do ano 2000 começaram a se realizar a partir de Porto Alegre, RS. Pela primeira vez na história moderna, os pobres do mundo inteiro, fazendo contraponto às reuniões dos ricos na cidade suíça de Davos, conseguiram acumular tanta força e capacidade de articulação que acabaram, aos milhares, se encontrando para apresentar suas experiência de resistência e de libertação e alimentar um sonho coletivo de que um outro mundo é possível e necessário. Aí se notam os brotos do novo paradigma de humanidade, capaz de organizar de forma diferente a produção, o consumo, a preservação da natureza e a inclusão de todos num projeto coletivo que garanta um futuro de vida.
A Primavera Árabe surge também como um sinal do Espírito no mundo. Ela incendiou todo o Norte da Africa e se realizou sob o signo da busca de liberdade, de respeito dos direitos humanos e na integração das mulheres, tidas como iguais, nos processos sociais. Ditaduras foram derrubadas, democracias estão sendo ensaiadas, o fator religioso é mais e mais valorizado na montagem da sociedade mas deixando de lado aspectos fundamentalistas. Tais fatos históricos devem ser interpretados, para além de sua leitura secular e sociopolítica, como emergências do Espírito de liberdade e de criatividade.
Quem poderia negar que numa leitura bíblico-teológica, a crise de 2008 que afetou principalmente o centro do poder econômico-financeiro do mundo, lá onde estão os grandes conglomerados econômicos que vivem da especulação à custa da desestabilização de outros países e do desespero de suas populações, não seja também um sinal do Espírito Santo? Este é um sinal de advertência de que a perversidade tem limites e que sobre eles poderá vir um juízo severo de Deus: a sua completa derrocada.
Em contrapartida ao sinal negativo anterior, está o sinal positivo dos movimentos de vítimas que se organizaram na Europa como os “indignados” na Espanha e na Inglaterra e os “occupies Wall Street” nos EUA. Eles revelam uma energia de protesto e de busca de novas formas de democracia e de organizar a produção, cuja fonte derradeira, na leitura da fé, se encontra no Espírito.
Outro sinal do Espírito no mundo ganhou forma na crescente consciência ecológica de um número cada vez maior de pessoas no mundo inteiro. Os fatos não podem ser negados: tocamos nos limites da Terra, os ecossistemas mais e mais estão se exaurindo, a energia fóssil, o motor secreto de todo nosso processo industrialista, tem os dias contados e o aquecimento global que não para de aumentar e que, dentro de algumas décadas, pode ameaçar toda a biodiversidade.
Somos os principais responsáveis por este caos ecológico. Faz-se urgente um outro paradigma de civilização que vai na linha das visões já testadas na humanidade como o ‘bem-viver” e o “bem-conviver” (sumak kawsay) dos povos andinos, o “índice de felicidade bruta” do Butão, o ecossocialismo, a economia solidária e biocentrada, uma bem entendida economia verde ou projetos cuja centralidade é posta na vida, na humanidade e na Terra viva.
Por fim, um grande sinal do Espírito no mundo é o surgimento do movimento feminista e do ecofeminismo. As mulheres não apenas denunciaram a dominação secular do homem sobre a mulher (questão de gênero) mas especialmente toda a cultura patriarcal. A irrupção das mulheres em todos os campos da atividade humana, no mundo do trabalho, nos centros de saber, no campo da política e das artes, mas principalmente com uma vigorosa reflexão a partir da condição feminina sobre toda a realidade, deve ser vista como uma irrupção poderosa do Espírito na história.
A vida está ameaçada no planeta. A mulher é conatural à vida, pois a gera e cuida dela durante todo o tempo. O século 21 será, creio eu, o século das mulheres, daquelas que, junto com os homens, assumirão mais e mais responsabilidades coletivas. Será por elas que os valores que elas mais testemunham como o cuidado, a cooperação, a solidariedade, a compaixão e o amor incondicional estarão na base do novo ensaio civilizatório planetário.
Veja de minha autoria A civilização planetária: desafios à sociedade e ao cristianismo, Sextante, Rio 2003
“Frei” Leonardo, mais franciscano que nunca…São Francisco tem seu maior representante nos nossos dias. Paz e bem!
Perfeita análise. Muita luz nisso que escreveste, Mestre Boff. Parabéns e muito obrigado por vossas interpretações!!! Elas são vacinas diárias que necessitamos para trabalhar para deixar um mundo melhor…
Como sempre, excelente reflexão!
POR FIM O RECONHECIMENTO DAS RELAÇÕES HOMOAFETIVAS QUE EMBORA RECONHECIDA PELO STF ESBARRA-SE NA INCONSTITUCIONALIDADE, E NÃO SERÁ OBJETO DE QUESTIONAMENTO POR QUEM DE DIREITO PODE PROPOR O ATO, RESTANDO SE NÃO A VISÃO E OS DOGMAS DAS IGREJAS QUE COM CERTEZA NA ESPERANÇA OU INTENÇÃO PRÓPRIA ESBARRARÁ NESTE DESACORDO.
Caro L. Boff, gostaria muito de acreditar e ver o mundo com esses olhos de esperança na renovação da terra, mas não consigo. Tão pouco posso dizer que a hora é chegada.
Me associo ao pensamento de Aldous Huxley, esse profeta do mundo, quando diz em seu Admirável mundo novo que: “ É provável que todos os governos do mundo venham a ser mais ou menos totalitários. Só um movimento popular de larga escala pela descentralização e a autonomia pode deter a tendência atual para o estatismo… Não há razão, sem dúvida, para que os novos totalitalismos se assemelhem aos antigos.
O governo baseado no porrete e no pelotão de fuzilamento, na miséria artificial, em prisões e deportações em massa, não é desumano (hoje ninguém se preocupa com isso); é ineficaz por demonstração e, numa época de tecnologia avançada, a ineficácia é pecado contra o Espírito Santo.
Um estado totalitário realmente eficiente seria aquele em que o executivo todo-poderoso constituídos de chefes políticos e de um exército de administradores, controlasse uma população de escravos que não precisassem ser forçados, porque teriam amor à servidão: se devemos evitar a perseguição, a liquidação e outros sintomas do atrito social, os aspectos positivos da propaganda devem se tornar tão eficazes quanto os negativos…
Sem segurança econômica, não é provável que venha existir o amor à servidão…”
O amor à escravidão não se pode estabelecer senão como resultado de uma revolução profunda e pessoal nas mentes e corpos humanos”.
Por outro,lado, temos as profecias do NT nos dizendo: Pois que, quando disserem: Há paz e segurança, então lhes sobre-virá repentina destruição, como as dores de parto àquela que está grávida, e de modo nenhum escaparão. 1 Tessalonicenses 5:3
Assim, não creio que os homens possam se salvar por si mesmos, muito menos restaurar a vida no planeta terra. Continuemos a anunciar as boas novas – existe um reino, que não é daqui, sendo preparado para aqueles que creem no sacrifício da cruz!
Cara Graça.
Sua análise é um tanto pessimista, diria mesmo pautada no conceito de destino a que todos estamos acorrentados.
Ao contrário, acredito no livre-arbítrio, no fato de que podemos sim mudar a vida no planeta. Desta forma, concordo plenamente com o brilhante texto de L. Boff, e reafirmo a importância do cuidado consigo mesmo, com o outro e consequentemente, com o planeta.
Vamos à luta. Aliás, a luta nunca deve parar, apenas ser transmitida de geração a geração, conforme oração da Legião de Maria.
Abraços.
Exatamente! O Espirito age na mulher como age no homem, pois não faz acepção.
Veja a potencialidade de uma mulher:
O coração do seu marido confia nela, que só faz bem a ele, e não mal, todos os dias da sua vida; Busca lã e linho, e trabalha de boa vontade com suas mãos; Como o navio mercante, ela traz de longe o seu pão; Levanta-se, mesmo à noite, para dar de comer aos da casa, e distribuir a tarefa das servas; Examina uma propriedade e adquire-a; planta uma vinha com o fruto de suas mãos; Cinge os seus lombos de força, e fortalece os seus braços; Vê que é boa a sua mercadoria; Com suas mãos opera maquina e ferramenta; Abre a sua mão ao pobre, e estende as suas mãos ao necessitado; Não teme a neve na sua casa, porque toda a sua família está vestida de escarlata. Faz para si cobertas de tapeçaria; seu vestido é de seda e de púrpura; Seu marido é conhecido nas portas, e assenta-se entre os anciãos da terra; Faz panos de linho fino e vende-os, e entrega cintos aos mercadores; A força e a honra são seu vestido, e se alegrará com o dia futuro; Fala com sabedoria, e a lei da beneficência está na sua língua; Está atenta ao andamento da casa, e não come o pão da preguiça. Levantam-se seus filhos e chamam-na bem-aventurada; seu marido também, e ele a louva.
A mulher que teme ao Senhor, essa sim será louvada. Provérbios 31:10-31
Assim como é da natureza feminina ser “conatural à vida pois gera e cuida dela durante todo o tempo” observa-se uma queda da natalidade nos países cujo modelo social inclui a mulher no mundo do trabalho .
Ao assumir o mundo do trabalho a mulher dispõe de menos tempo para a família e precisa dividir com os homens as atribuições do cuidado da família.
Passa a competir por carreira nas corporações, por exemplo, sendo a disponibilidade de oferta de tempo pessoal para a corporação elemento dessa competitividade.
Muitas mulheres postergam a natalidade ou resolvem não ter filhos para ser mais competitiva na carreira.
Esta leitura esta correta e só discordo elevar a Teologia com a Teurgia. O Homem, tem o domínio total sobre si mesmo e sobre a natureza.
ADORO suas ideias, seus escritos….. que análise fantástica do mundo atual!!!
vejo , como prenúncio de uma nova ordem Social e Econômica no mundo!!!
Seria o primeiro habitante da Terra uma mulher (pensem isto sob a luz da evolução)?
PS.: Evolui a tecnologia e, ainda hoje, o homem não pode gerar a vida!!
Para interpretar e decodificar os “sinais dos tempos” é preciso um esforço de superação do individualismo que leva à ganância exacerbada. Essa ganância de indivíduos e de países é que está gerando a desigualdade e a ruptura de valores. Acho que só teremos um outro horizonte para mobilização planetária quando o paradigma de “vencedor ou perdedor” for superado. Talvez quando a educação, a cultura e a ciência possa trazer para seus âmbitos o tratamento da espiritualidade como uma coisa natural, junto com o físico, o intelectual e o emocional. Sinal do Espírito mas ainda não decodificado pela humanidade. Este é um desafio, uma vez que o conhecimento é sempre uma reinterpretação em um contexto e não nos mobilizamos para esse esforço.
Sou grande admiradora sua. Vi a sua palestra no Planetário do Rio, anos atrás, quando vocês estava lançando um de seus livro. Acabo de curtir a sua página no Facebook. Obrigada por tudo, mestre! Um grande abraço, Antonella Yllana
Leonardo querido:tudo isto não serão apenas manifestaçoes físicas do “instinto de sobrevivencia “inerente ao seres da terra?
Abraço
Assim seja! Olaxá! Que estejamos todos abertos ao huah sagrado, e consigamos abandonar nossas ocas individualistas para pensar e trabalhar juntos num projeto global! Vinde ó brisa leve, ó sopro sagrado e renovareis a face da terra!
Caem as mais altas cátedras, das mais renomadas escolas e seus pseudos mestres, cai o Clero! Chora compulsivamente a Igreja Católica. Agonizam, desesperadamente, seitas e heresias.
O progresso não conhece obstáculos, os artigos de fé equivaleram a estagnações isoladas. Se conseguiram satisfazer à Humanidade em um período mais ou menos remoto da sua evolução, caducaram desde que o laboratório obscureceu a sacristia.
A Ciência desvendou ao espírito humano as perspectivas inconcebíveis do Infinito, com apenas um telescópio descobriu a grandeza do Universo, e os novos conhecimentos cosmogônicos demandaram outra concepção do Criador. Desvendando, paulatinamente, as sublimes grandiosidades da natureza invisível, a Ciência embriagou-se com a beleza de tão lindos mistérios e estabeleceu o caminho positivo para encontrar Deus, como descobrira o mundo microbiano, ao preço de acuradas perquirições. É que a Divindade das religiões vigentes era defeituosa e deformada pelos seus atributos exclusivamente humanos; as Igrejas estavam acorrentadas ao dogmatismo e escravizadas aos interesses do mundo.
A ciência e a Religião não puderam, até hoje, entender-se, porque, encarando cada uma as coisas do seu ponto de vista exclusivo, reciprocamente se repeliam. Faltava com que encher o vazio que as separava, um traço de união que as aproximasse. Esse traço de união está no conhecimento das leis que regem o Universo espiritual e suas relações com o mundo corpóreo, leis tão imutáveis quanto as que regem os movimentos dos astros e a existência dos seres. Uma vez comprovadas pela experiencia essas relações, nova luz se fez: a fé dirigiu-se à razão; esta nada encontrou de ilógico na fé: vencido foi o materialismo. Mas, nisso como em tudo há pessoas que ficam atrás, até serem arrastadas pelo movimento geral, que as esmaga, se tentam resistir-lhe, em vez de o acompanharem. É toda uma revolução que neste momento se opera e trabalha os espíritos. Após uma elaboração que durou mais de dezoito séculos, chega ela à sua plena realização e vai marcar uma nova era na vida da Humanidade. Fáceis são de prever as consequências: acarretará para as relações sociais inevitáveis modificações, às quais ninguém terá força para se opor, porque elas estão nos desígnios de Deus e derivam da lei de progresso, que é lei de Deus.
A oposição das corporações científicas, é para muita gente senão uma prova, pelo menos uma forte presunção contrária. Os Espíritos não são dos que levantam a voz contra os “sábios”, pois não querem dar motivos a serem chamados de estouvados; teriam, pelo contrário, em grande estima e ficariam muito honrados se fossem contados entre eles. Entretanto, sua opinião não poderia representar, em todas as circunstâncias, um julgamento irrevogável.
Quando a Ciência sai da observação material dos factos e trata de aprecia-los e explica-los, abre-se para os investigadores o campo das conjecturas: cada um constrói o seu sistemazinho, que deseja prevalecer e sustenta encarnecidamente. Não se vê diariamente as opiniões mais contraditórias serem preconizadas e rejeitadas, repelidas com erros absurdos e depois proclamadas como verdades incontestáveis? Os factos, eis o verdadeiro critério de julgamento dos Espíritos, o argumento sem réplica. Na ausência dos factos, a dúvida é opinião do homem prudente.
“Aos olhos do ignorante, tudo que a ciência e suas filosofias, meramente hipotéticas produzem, é milagre”.
As ciências comuns se apoiam nas propriedades da matéria, que pode ser experimentada e manipulada à vontade; os fenómenos espíritas se apoiam na ação de inteligência que têm vontade própria e nos provam a todo instante não estarem submetidas ao nosso capricho.
Os textos primitivos da organização cristã não falam da concepção da Igreja Romana, quanto a chamada “ Santíssima Trindade”. Deve-se esclarecer, ainda, que do ponto de vista católico provém de sutilezas teológicas sem base séria nos ensinamentos de Jesus.
Por largos anos, antes da Boa Nova, o Bramanismo guardava a concepção de Deus, dividido em três princípios essenciais, que seus sacerdotes denominavam Brahma, Vishnu, Shiva. (O padre Alta, em O Cristianismo do Cristo e o de seus vigários, nos diz que a fórmula do catecismo – três pessoas em Deus – era verdadeira em latim, onde o vocábulo persona significa forma, aspecto, aparência. É falsa, porém em francês ou em português, com acepção de indivíduo.) Contudo, a Teologia, que se organizava sobre os antigos princípios do politeísmo romano, necessitava apresentar um complexo de enunciados religiosos, de modo a confundir os espíritos mais simples, mesmo porque sabe-se que a igreja foi, a princípio, depositária das tradições cristãs, não tardou muito que o sacerdócio eliminasse as mais belas expressões do profetismo, inumando o Evangelho sob um acervo de convenções religiosas, e roubando às revelações primitivas a sua feição de simplicidade e de amor.
Para esse desiderato, as forças que vinham disputar o domínio de Estado, em face da invasão dos povos considerados bárbaros, se apresentaram no poder, em transformar os ensinos de Jesus em instrumento de política administrativa, adulterando os princípios evangélicos nos seus textos primitivos e assimilando velhas doutrinas como as da Índia legendária, e organizando novidades teológicas, com as quais o Catolicismo se reduziu a uma força respeitável, mas puramente humana, distante do Reino de Jesus, que, na afirmação do Mestre, simples e profunda, não tem ainda fundamentos divinos na face da terra.
Amargos são os contrastes.
Enquanto há fome e desolação no mundo, sua “Santidade” distribui bênçãos e títulos nobiliárquicos, compensados com os mais pingues tributos de ouro. As canonizações custam verdadeiras fortunas aos países católicos. Para que muitos conseguissem um altar, como fez a França por exemplo; para sua heroína de Domrémy, muitos milhares de francos foram arrancados a economia popular na época. A América do Sul ainda não conseguiu alguns santos do Vaticano, em virtude de sua carência de recursos financeiros à consecução de tal projeto. Enquanto o Vaticano se entende com o Quirinal sobre as mais pesadas somas de ouro, destinadas às atividades guerreiras, os padres se reúnem e falam em paz; enquanto o papa se debruça nos seus ricos apartamentos, passeando pelas suas galerias de arte de todos os séculos e pelas suas vastas bibliotecas, exibindo a imagem do Crucificado nas suas sandálias, ou entregando-se ao repouso no castel Gandolfo, há criaturas morrendo à mingua de trabalho, entregues a toda sorte de miséria e de vicissitudes.
Que longa tem sido a trajetória das almas!…
A origem do princípio anímico perde-se dentro de uma noite de labirintos; tudo, porém, dentro do dinamismo do Universo, se encadeia numa ordem equânime e absoluta.
Da irritabilidade à sensação, da sensação à percepção, da percepção ao raciocínio, quantas distâncias preenchidas de lutas, dores e sofrimentos!… Todavia, desses combates necessários promana o cabedal de experiências do Espírito em sua evolução gloriosa. A racionalidade do homem é a suprema expressão do progresso anímico que a Terra lhe pode prodigalizar; ela simboliza uma auréola de poder e de liberdade que aumenta naturalmente os seus deveres e responsabilidades. A conquista do livre-arbítrio compreende as mais nobres das obrigações.
Chegando a esse ponto, o homem se encontra no limiar da existência em outras esferas, onde a matéria rarefeita oferece novas modalidades de vida, em outras mais sublimes manifestações, as quais escapam naturalmente à insuficiência dos vossos sentidos. É para essas grandiosas afirmações que trabalhamos em comum, e esse desiderato constituirá a luminosa coroa da Ciência do porvir. (Emmanuel)
Meus melhores cumprimentos e um fraternal abraço,
Ilídio lima
http://umabrevevisao-fragmentos.blogspot.com/2012/08/foi-tao-alto-o-silencio-quefez-se-cancao.html
è…
Caro Leonardo, meu comentário não tem a ver com o texto, mas eu preciso partilhar esse momento tão doce e tão significativo protagonizado hoje de manhã pelo papa Francisco: foi sua primeira visita pastoral e, no final da missa, as crianças que tinham feito a 1ª Eucaristia se reuniram em volta dele para abençoá-lo cantando a bênção franciscana. Eis o vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=rzE4tYVaoVU Penso que momentos assim têm quase o peso de uma suma teológica… Um abraço fraterno!
Maria Rita
obrigado por esse youtube. O Papa Francisco é o João XXIII redivivus. Ele resgatou o lado humano do poder sagrado, não de uma autoridade eclesiastica mas de um pastor no meio de seu povo. Assim vale a pena ser cristão e crer no sonho de Jesus. Antes…nem comento.
lboff
redivivus é um pouco exagerado kkk, mas a esperança vale….leu o livro de vossa querida editora? “Francisco, o novo João XXIII’? acho um pouco cedo pra tamanho otimismo…quem já morreu na fogueira- e vc sabe melhor do que eu oq isso significa- sabe oque é ser carvão….
abrçs
Importante reflexão, compartilho com seu pensamento de que estes são sinais evidentes do espírito. A mulher, mais do que nunca, precisa saber seu papel e realmente lutar para a evolução da humanidade.
E, com tudo isso, um maior equilíbrio, que é sempre a busca final daquilo que todo o universo transpira, o equilíbrio em todos os sentidos. A máxima perfeição da matéria está apenas no equilíbrio, por isso, os desequilíbrios são possíveis: choque de cometas, terremotos, tornados, maremotos, o nosso próprio corpo, um delicado equilíbrio e, finalmente, o nosso cérebro, um equilíbrio ainda inimaginável.
No passado, muitas vezes, apesar da aparente calmaria, os desequilíbrios eram flagrantes: escravidão, racismo, intolerância religiosa, excesso de poder, monarquias, desrespeito total à natureza.. Hoje, apesar da aparente e constante balbúrdia, estamos devagar e sempre evoluindo, estamos caminhando para um maior equilíbrio, inclusive e principalmente, entre um homem e uma mulher.
maior teólogo da Teologia da Libertação no mundo e América Latina. Grande contribuição para as CEBs
Maravilhoso, como todas as coisas que o senhor escreve. Saudades suas e da Márcia. Abraços – Telma
Textos como esse, exige de nós conhecimento, reflexão, ponderação. Não saberia discorrer com tanta maturidade e conhecimento o que o Sr. Ilídio Lima tão humanamente e espiritualmente discorreu.
Acrescento meu comentário intuitivamente, no que diz respeito a esfera espiritual, que somos de fato matéria bruta. À medida que evoluímos, nos tornamos mais atentos, perceptivos e sensíveis para entender o que é da esfera sutil, e dar a devida atenção aos sinais do tempo, aos sinais divinos que já se encontram aí, há muito!!!
A cada novo ciclo da Terra, as mudanças cósmicas entram em ação. Estamos em efervescência negativa e positiva ao mesmo tempo. Muitos não entendem, não acreditam, ignoram ou riem ou ficam encolerizados!
Final do século XX, décadas de 80 e 90 quanta coisa aconteceu? A aids, a globalização, buraco da camada de ozônio e o aquecimento global ; as tempestades solares se intensificando; o deslocamento do eixo da Terra, se colocando na rota de corpos celestes. Tivemos um pretenso dono do mundo, que tentou dividir o planeta entre o chamado eixo do bem, o Ocidente, e eixo do mal, o Oriente, fez devastações e acabou devastado. Nada acontece por acaso. Causa e consequência. Há muito se fala – O que acontecerá ao planeta?
Está acontecendo… Não estão vendo? O que acontece é pouco? Querem mais?
Vamos pensar algo bom ” Como diz o texto do senhor Leonardo Boff: “O espírito que é sempre de unidade, de reconciliação e de convergência na diversidade.”
Uma nova dimensão cósmica está surgindo, o planeta precisa vibrar positivamente com a chegada de novos seres humanos, que desde fim do século passado já nasciam e continuam nascendo…
De vez em quando, assistimos depoimentos de crianças, ou adolescentes mais sábios, mais comprometidos com a vida, com o planeta. A exemplo disso, corre no youtube uma criança de 9 anos falando sobre a existência humana. É mentira? E dizem que são gênios!!!!! São seres dotados de amadurecimento e compreensão, que nós não somos. Esses seres humanos são os sinais de Deus!
Caro Leonardo Boff. Li o seu artigo e li os comentários para saber se estavam em sintonia crítica com o que quis dizer o autor. E reli o artigo mais uma vez. Depois parei, pensei, e decidi deixar também meu comentário. E me aventuro a perguntar quem é Leonardo Boff pelo seu pensar a partir deste artigo?
Confesso que o que sei de LBoff é muito pouco. Ouvi falar dele quando de sua rebeldia na “era da teologia da libertação”, depois a “excomunhão” e agora como um acadêmico, escritor e palestrador que mora em uma favela do Rio de Janeiro (é que dizem). Lí o livro “Àguia ou Galinha”, e que mais me chamou atenção foi a Apresentação da obra informando sobre os métodos de transmissão de conhecimento pelos antigos judeus Li outros várias artigo….
S.m.j., colho deste escrito que os sinais bíblicos do fim dos tempos são sinais de “ondas históricas”, diga-se analisados entrelinhas numa visão dialética. (Deixo de falar dos comentaristas, os quais de ideias às ideias fizeram um carnaval com “o samba do criolo doido”)
Sim, que cristianismo renovador em LBoff (“ecocristianismo”) que abandona o fundo místico espiritual que tem o Novo Testamento, a Doutrina de Jesus Cristo? Para onde pôs LBoff o mundo transcendental divino que Cristo peremptoriamente separou do mundo material, este? LBoff acredita que haverá sinais do fim dos tempos que anunciará o Juízo Final?
Não apedrejo a opção pelos pobres, a solidariedade, o esforço de salvação do planeta, o socialismo cristão, etc. (coisas algumas dessas que para os verdadeiros cristãos deveriam se absterem por que não só está escrito como também apressaria a vinda do Salvador de tudo, de tudo e de mais aquilo que o ser humano é incapaz de fazer). Mas, não há como recriar um Cristo que não seja o protótipo bíblico. Qualquer tentativa de recriação de outro Cristo é idolatria, blasfêmia por alteração do texto inalterável que deve ser por ordem Bíblica; é ser anticristo.
Sem a circunscrição de qualquer ideia em torno da Doutrina de Cristo não se poderá alterar sua essência, seu espiritualismo feito para um mundo transcendental. Em Cristo o sinal dos tempos eram como nos dias de Noé, de Sodoma…
Diante o que ora respondo restou ainda duas últimas perguntas: Será que LBoff é a própria onda que traz e leva os grandes pensadores? Um LBoff cristão à anticristo?
Vunus
vc tem uma interpretação engessada da mensagem de Jesus. Repare nos 4 evangelhos. Cada um conta do seu jeito a saga de Jesus.É só em S.João que aparece claro que jesus é Deus. O centro é o Reino e João desloca isso para a propria figura de Jesus. Paulo segue caminho proprio. E os autores das epistolas tardias como Hebreus possuem outra visão das coisas. E tudo forma o Novo Testamento.Os escritos se acolhem mutuamente. Não podemos deixar que a mensagem de Jesus seja uma cisterna de aguas mortas mas uma fonte de aguas vivas que alimenta cada geração na medida em que esta traduzir para as urgência do tempo a resposta evangélica.
lboff
Caríssimo Leonardo Boff, A sua impressionante lucidez teológica é um alento neste mundo repleto de hipocrisias religiosas e supostas filosofias. Compartilho com o senhor a esperança em novos e saudáveis rumos da igreja a partir do Papa Francisco e pergunto-lhe(se acaso um dia puder responder-me) qual a sua visão sobre ecumenismo e, na sua opinião, o Papa Francisco atuará neste sentido e também para minar a torre de Babel das religiões diversas no mundo de hoje?
Boa Noite!
Márcio Luis Carraro
Marcio
Creio que o ecumenismo terá que ganhar e está ganhando nova feição com o fato da planetização da humanidade. O que realmente vai contar não são tanto as igrejas com suas historias, mas o fenômeno cristão, ao lado de outros tantos caminhos espirituais e religiões. Este fenômeno critão terá que apresentar uma mensagem que faça sentido à inteira humanidade. As subdivisões -católicos,anglicanos, luteranos e outro – vão ter seu sentido deslocado. São formas diferentes de articular a mensagem cristã. Mas o que conta é esta mensagem e não suas formulações diferentes.
Este Papa tem uma boa experiência de dialogo com as igrejas evangelicas na Argentina e com o muçulmanos.Creio que saberá conduzir um dialogo aberto, bem diferente daquele doutrinalesco de Ratzinger.
um abraço
lboff
Gosto das análises feitas a partir da perspectiva da esperança. Talvez seja porque, no fundo, eu acredite que seja ela – a esperança – o alimento essencial que nos nutre e nos faz prosseguir. No texto de Boff fica claro isso. Não obstante, ao falarmos de “sinais”, creio também que devemos considerar, a título de uma melhor precisão e abrangência, aqueles de caráter negativo, pois também denotam significados. Assim, sem detrimento da “esperança” (já que esta repousa na essência do ser, e não propriamente na sua racionalidade), considerar as “doenças do espírito” no interior do movimento social me parece um recurso analítico bastante plausível.
O professor Leonardo Boff é uma “mente brilhante” e um “espírito incandescente”. Não foi por acaso que minha pesquisa de mestrado foi em sua obra! Parabéns pela clarividência. Paz e Bem!
Reblogueó esto en PASO A LA UTOPÍA.
Caro LBoff,
Saudações. No desejo de dar prosseguimento as minhas indagações e colocações a respeito de tema postei resposta-mensagem à sua tréplica. Todavia não atingiu desiderato. A que assim seja. Até porque o conteúdo se desvaneceu diante do conhecimento de visão outra ampliada, envolvendo a questão, colhida das leituras do “Didactica Magna” e do “O Sagrado e o Profano”. Claro que é um desafio discutir algum tema escrito pelo Senhor por sua reconhecida sapiência e firmeza nas afirmações. Necessário premissas – O é o Espírito?
Contudo, depois de ler aquelas obras, juntei o título ao preâmbulo do seu artigo e refleti sobre: – “Sinais do Espírito no mundo atual + Desenvolveu-se, já há bastante tempo, toda uma teologia dos “sinais dos tempos” como forma de percepção de um desígnio divino para a história humana. E estes nos dias atuais são complexos, quando não contraditórios. O que é sinal do Espírito para alguns pode ser um antissinal para outros”.
O conteúdo do artigo é absolutamente hermético. No mínimo comporta larga retórica. Não para negá-lo, mas para melhor entendê-lo.
Enfim, há concordância com fins, com a visão da realidade presente e futura. Mas, nosoutros só queríamos a clara evidência para saber qual espírito, se sinal e se em particular tempo sinalizado.
Abraço Fraternal
VBC
Prezado Prof. Leonardo Boff,
Muito obrigado pelo texto. É realmente lindo ver como a nossa evolução espiritual se materializa ao nosso redor.
Só acho que faltou mencionar que estamos vivenciando o tempo do despertar coletivo do Espirito Santo dentro de nós. Do despertar da Mãe Terra dentro de nós. Da abertura do nosso sétimo centro energetico, no topo da nossa cabeça (como descrito em Atos 2:2).
Este despertar está ao alcance de todos através de um exercício bem simples. A experiencia é gratuita e não leva mais do que dez minutos. O Desejo Deus é que nos conectemos a Ele. E isto só se dá com o despertar desta Energia Materna dentro de nós.
Este é o link para informações sobre esta Energia Maternal (Espirito Santo),
http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=pAv9Lylia1g
Este é o link para a tecnica do despertar desta Energia Maternal (Espirito Santo),
http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=dIdjPfS112Q
Com Amor,
Marco
Com licença, quanta merda esse genésio escreveu… obrigado… obs: nao dá nem para comentar
Czar
Compre uma boa escova de dentes, use muitos líquidos purificadores pois sua boca está suja e ninguém merece suas ofensas gratuitas que daí saem. E não esqueça de frequentar alguma escola de boas maneiras que lhe ensinará a ser cidadão que convive com as diferenças.
lboff