O que convence as pessoas não são as prédicas mas as práticas. As ideias podem iluminar. Mas são os exemplos que atraem e nos põem em marcha. Eles são logo entendidos por todos. As muitas explicações mais confundem que esclarecem. As práticas falam por si.
O que tem marcado o novo Papa Francisco, aquele “que vem do fim do mundo” quer dizer de fora dos quadros europeus tão carregados de tradições, palácios, espetáculos principescos e de disputas internas de poder, são gestos simples, populares, óbvios para quem dá valor ao bom senso comum da vida. Ele está quebrando os protocolos e mostrando que o poder é sempre uma máscara e um teatro bem puntualizado pelo sociólogo Peter Berger, mesmo em se tratando de um poder pretensamente de origem divina.
O Papa Francisco simplesmente obedece ao mandato de Jesus que explicitamente disse que os grandes deste mundo mandam e dominam: ”convosco não deve ser assim; se alguém quiser ser grande, seja servidor; quem quiser ser o primeiro, seja servo de todos; pois o Filho do homem não veio para ser servido mas para servir”(Mc 10-43-45). Bem, se Jesus disse isso, como pode o garante de sua mensagem, o Papa, agir diferentemente?
Na verdade, com a constituição da monarquia absolutista dos Papas, especialmente, a partir do segundo milênio, a instituição eclesiástica herdou os símbolos do poder imperial romano e da nobreza feudal: roupas vistosas (como as dos cardeais), ouropéis, cruzes e anéis de ouro e prata e hábitos palacianos. Nos grandes conventos religiosos que vem da Idade Média se vivia em espaços palacianos.
Como estudante, no quarto em que me hospedava no convento franciscano de Munique que remonta ao tempo de Guilherme Ockham (século XIV) só um quadro renascentista da parede valia alguns milhares de euros. Como combinar a pobreza do Nazareno que não tinha onde repousar a cabeça com as mitras, os báculos dourados e as estolas e vestes principescas dos atuais prelados? Honestamente não dá. E o povo que não é ignorante mas fino observador nota esta contradição. Tal aparato nada tem a ver com a Tradição de Jesus e dos Apóstolos.
Segundo alguns jornais, quando o secretário do Conclave quis colocar sobre os ombros do Papa Francisco a “mozzetta”, aquela capinha, ricamente adornada, símbolo do poder papal, simplesmente disse: ”O carnaval acabou; guarde esta roupa”. E apareceu com sua veste branca, como costumava vestir também Dom Helder Câmara que deixou o palácio colonial de Olinda e foi morar numa meia-água na igreja das Candeias, na periferia; como o fez também Card. Dom Paulo Evaristo Arns, sem falar de Dom Pedro Casaldáliga que vive numa casinha pobre, compartindo o quarto com algum hóspede.
Para mim o gesto mais simples, honesto e popular do Papa Francisco foi o de ir ao hotelzinho onde se hospedara (nunca se hospedava na grande casa central dos jesuítas em Roma) e foi pagar suas contas: 90 Euros por dia. Entrou e pegou ele mesmo suas roupas, arrumou a malinha, cumprimentou os funcionários e foi embora. Que potentado civil, que opulento milionário, que famoso artista faria tal coisa? Seria maliciar a intenção do bispo de Roma querer ver neste gesto, normal para todos nós mortais, uma intenção populista.
Não fazia a mesma coisa quando era cardeal de Buenos Aires, buscando seu jornal, comprando o que ia preparar para comer, indo de ônibus ou de metrô e preferindo se apresentar como “padre Bergoglio”?
Frei Betto cunhou uma expressão de grande verdade: ”a cabeça pensa a partir de onde os pés pisam”. Efetivamente, se alguém sempre pisa em palácios e em suntuosas catedrais, acaba pensando na lógica dos palácios e das catedrais. Por esta razão, no domingo, celebrou missa na capelinha de Santa Ana, dentro do Vaticano que é considerada a paróquia romana do Papa. E depois foi conversar com os fiéis à porta.
Coisa notável e carregada de conteúdo teológico: não se apresentou como Papa, mas como “bispo de Roma”. Pediu orações não para o Papa emérito Bento XVI, mas para o bispo emérito de Roma, Joseph Ratzinger. Com isso ele retomou a mais primordial tradição da Igreja, a de considerar o bispo de Roma “o primeiro entre os pares”. Pelo fato de na cidade estarem sepultados Pedro e Paulo, ganhava especial proeminência. Mas esse poder simbólico e espiritual era exercido no estilo da caridade e não na forma do poder jurídico sobre as demais igrejas como predominou no segundo milênio. Não me admiraria absolutamente se, como queria João Paulo I, resolvesse abandonar o Vaticano e fosse morar num lugar simples, com amplo espaço exterior para receber a visita dos fiéis. Os tempos estão maduros para este tipo de revolução nos costumes papais. E que desafio está representando para alguns movimentos leigos que buscam a riqueza e são sedentos de poder e para os demais prelados da Igreja: viver a simplicidade voluntária e a sobriedade condividida.
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O que nos convenceria seria por exemplo abrir os arquivos do Vaticano sobre a ditadura argentina, como pediu o ex juiz espanhol Garzón.
Acho o Senhor é magnífico ,seus textos sempre me emocionam bastante,fortalece minha crença católica!!!!
cOINCIDO CON TU OPINION, ME AGRADA SU ESPIRITU EVANGELICO Y SU SENCILLEZ Y HUMILDAD
cOINCIDO CON TU OPINION, ME AGRADA SU ESPIRITU EVANGELICO Y SU SENCILLEZ Y HUMILDAD
El papa es americano, pero el vaticano no está en américa; luego el papa no es americano. La Iglesia seguirá siendo un imperio, representando imperios, justificando imperios; habrá que seguir obedeciendo a la autoridad en general aunque sea una porquería de gente, solo por extensión del mandamiento “honrarás padre y madre”.
La Iglesia seguirá llamando “vocacionalmente” para “un reino que no es de este mundo”, pero seguirá teniendo al banco del vaticano y otras acciones monetarias de poder que son muy de este mundo. Yo fui seminarista casi por cinco años en Uruguay y cuando pedí para trabajar afuera y ganar mi propio sustento me dijeron que no, entonces dejé; me dieron un plazo en un lugar para vivir sin alquilar un mes, pero me fui antes e ingresé en un cuartel de bomberos. Actualmente tengo cinco hijos pero no vamos ni ebrios a la Iglesia; claro que la Iglesia nos debe moralmente una indeminzación; no puede ir prometiendo todo por nada, es la escusa perfecta para joder gente…, de algún modo “me lo van a pagar”.
Leonardo, me agrada haber contactado contigo, he leído varios de tus escritos teológicos y creo que son verdaderas aportaciones para la renovación de la Iglesia. A mí me han ayudado mucho Gracias
Perdão Frei, mas não me convenceu. O que qualquer pessoa de bom senso e mínima honestidade deveria fazer ao assumir a “cadeira de pedro” e perceber que não está sendo influenciado pelo espírito santo?
Ele teria que reconhecer para o mundo que suas crenças não condizem com a realidade. No entanto é preferível manter o sigilo e manter na ignorância uma grande massa de fiéis que, eles mesmos, se intitulam “cordeiros” enquanto reconhecem no padre seu “pastor”.
Concordo com o texto, Jesus não se autodenominou um soberano na terra, e sim um peregrino falando do poder interior de transformação moral.
Penso que mais profético ainda seria ele promover a teologia do batismo e dar ênfase à valorização do “ser cristão”. É lamentável que gestos que deveriam ser considerados mais dos que normais por parte dele como cristão sejam tão valorizados. É compreensível considerando a prática dos que o antecedeu. Espero que a profecia e a mística deste estejam ancoradas na prática evangélica do que foi proposto na catequese de Jo: 3,30: “é necessário que Ele cresça e que eu diminua”…
Confesso que nunca fui simpático com as figuras dos papas,pela própria ostentação que os cercavam,parece que sempre se “escondendo” do povo em seus carros blindados,este me chamou a atenção desde o primeiro momento pela escolha do nome Francisco,estou muito contente com suas atitudes,que sirvam de exemplo.
Sus palabras me dan fuerza para seguir adelante en lo que yo creo sera la revolucion de la Fé en estos tiempos de tanta doctrina del hombre dentro de la Iglesia madre ….Como dijo el Señor Jesus …Y surgiran muchos falsos profetas y engañaran a muchos …..Mateo 24:11 ……Si este es un verdadero profeta aun tendra que mostrar otras señales entre esas renunciar a la propia ramera que que se ha convertido la Iglesia Catolica ….Dios le bendiga hermano Leonardo y le mucha sabiduria a cada dia ……Abrazos .
…O modesto Francisco foi ao enconto do poderoso Inocêncio lll – foi um momento de grande expectativa para a história da igreja, em que o tempo parecia ter parado.Num primeiro momento, o aparentemente pouco impressionante Francisco ( do fim do mundo) decepcionou Inocêncio, mas assim mesmo ele se dispôs a dialogar. O senhor cheio de poder e o simples imitador de Cristo se defrontaram num duelo espiritual, e não podemos compreeder como Francisco tomado de santa simplicidade, conseguiu superar o papa “prudente” dando afinal um “xeque-mate” simplesmente através de sua humildade inaudita.Isso só foi possível poque se abeberava da substância mais íntima do evangelho…A história poderá se repetir !
Belo texto! Que o Papa continue assim!
Realmente, novos ares, novas esperanças…quem sabe ainda algum sopro evangélico escapa ás faustuosas liturgias e pompas de nosso igreja caduca….
Papa
Texto incrivelmente belo e reconfortante!
Como Pastor Evangélico, sinto-me profundamente cativado pelo comportamento genuinamente Jesuano do Papa Francisco I. Pastores Evangélicos ou Protestantes como eu, precisam Refletir, Meditar e aprender estas lições de humildade já tão esquecidas entre nós também. Se a Igreja Católica Apostólica precisa de um Concílio Vaticano III, a Igreja Protestante e/ou Evangélica necessita de um Concílio, digamos, Brasilia I. Nos distanciamos demais dos Costumes e Raízes Cristicas, Apostólicas. Sem sombra de dúvidas, o Espirito Santo de Deus escolheu o irmão Francisco I para ser o Novo Bispo de Roma.
Muito boa sua reflexão, Boff.
Acredito q estamos num limiar de boas novas.
Nosso novo bispo de Roma me inspira a “ser igreja“ de verdade… de um jeito novo (?).
“Novo jeito de sermos igreja, nós buscamos, Senhor, na Tua mesa.“
Abraço.
Como sempre, seus textos são elucidativos e maravilhosos, professor. Grata
É de uma riqueza imensurável as reflexões de Leornardo Boff. O Papa Francisco é de uma vivência profunda do Evangelho.
Muito bom o texto mas deixe-me tirar uma dúvida… [dúvida mesmo] … vc acredita que este papa tirará ou acabará com o paganismo romano e erros [será que são erros] interpretativos dos textos bíblicos e assim voltar a igreja ao que era no primeiro século? Um forte abraço…
SUA CONFIANÇA NELE DEMOVE MEU RECEIO. GRATA POR RESTITUIR-ME A FÉ NA PESSOA HUMANA DE FRANCISCO,
Inteligente e acima de tudo cristão. Irmão Leonardo, que Deus abençoe a sua vida e sua família.
Elucidativo . Grande Francisco !
Gostei do texto.
O Espírto Santo está soprando um novo momento para nossa Igreja, momento de humildade, caridade, e ensinamentos de vida plena
Que maturidade de olhar! Impressiona-me sua fala, caro Boff!
Feliz de viver estes tempos onde o papado será para o povo!!!!
Axé para nós!
Olá, Leonardo
Ainda compartilhando imensamente de sua esperança. Mais uma tímida, mas desejosa contribuição minha, confeccionada dias depois do anúncio do novo Papa. Um abraço fraterno e que Deus abençoe tua alma franciscana. Inês
A Francisco e aos que virão
Francisco
Na ventura
Do risco
O misto
De força e ternura,
Agrura de um mundo canhestro:
Cabresto nefasto,
Um rastro
De dor e loucura.
O lastro do gesto
Protesto arisco
O místico
Envolve candura,
Apura o íntimo ríspido,
Profético olhar.
E verte o resto
Contexto indigesto
Um mundo vasto
Se põe a sonhar.
Rabisco…
Antecipa o antevisto
Esmerado Universo
Reverso insólito
Conexo límpido
Justo espaldar.
Magia do arquétipo,
Lúcido físico
Nos vem recordar:
Os pobres do Cristo,
Insisto,
Devemos cuidar.
Gostei imenso este artigo. A Igreja tem de ser mesmo assim. Obrigado Leonardo!
Obrigado Papa Francisco pelo exemplo que esta a dar.
Como não concordar com a verdade?Parabéns. Leonardo!Deus continue sendo seu guia.
ACESSEM O BLOG CULTURAL http://www.iderval.blogspot.com é um blog cultural
Leonardo Boff,
ao se despojar da opulência Francisco desperta os fiéis mostrando aquela antiga lição: o importante é Ser e não ter!
O que motivou a renúncia do Papa Bento XVI
Amigos do blog cultural, independente de todos os argumentos até agora revelados, o principal motivo ainda não aflorou. Sabe-se que existem problemas na área Financeira, na Eclesiástica , na Ética e no relacionamento do clero com os católicos, principalmente no tocante às necessidades fisiológicas do homem, atos estes terminantemente proibidos pela Igreja Católica, uma vez que estão entrelaçados com o Celibato e o ato sexual.
Na minha visão de observador, nenhum destes fatores pesam mais do que a sobrevivência da própria Igreja. Para a Igreja continuar viva nos dias atuais, seria necessário criar um fato que abalasse as suas estruturas e a opinião do mundo , este fato só teria efeito, se fosse um fato que agitasse a humanidade por um longo período , fato que permanecesse por muito tempo na mídia Universal, fato que proporcionasse um verdadeiro tsunami Religioso.
Tenho este pensamento porque, quando um ser humano galga o mais alto posto da Igreja Católica, ele já recebe nome de Sua Santidade e, de tudo fará para concretizar este sonho . Uma das maneiras de um ser humano se santificar é viver muito, é tornar-se ancião, é por isso que os nossos pais, nossos avós, nossos conhecidos quando envelhecem recebem a alcunha de Santo (MINHA AVÓ É UMA SANTA , MEU AVÔ É UM SANTO, SEU FRANCISCO É UM SANTO, MINHA MÃE É UMA SANTA), basta envelhecer para se aproximar da santificação.
Agora imaginem um homem que dirige a Santa Igreja, que vive perto de Deus, que é o representante mor do Criador do Universo, que já é chamado de Sua Santidade , que tem um posto vitalício com o único propósito de se santificar, de concretizar o predestinado desejo, bastando para isso, apenas deixar o trono com a morte depois de longos anos de pregação e de peregrinação , exige-se a prática dos bons ensinamentos da Igreja.ser pai, ser pastor , virar os olhos para os mais necessitados e interferir com mais força nos governos truculentos e que não escutam o seu povo .
Então alegar a idade não é convincente, pois enquanto mais idoso for o Papa, mais credibilidade ele terá , mais próximo ficará da Santificação, alegar a saúde, também não tem fundamentação pelos mesmos motivos, uma vez que fazem parte da santificação o sofrimento, a resiliência, a resistência e a compaixão . Os demais problemas da Igreja não comentarei , pois não tenho conhecimentos e nem sou irresponsável para emitir opinião sem a devida fundamentação.
O que provavelmente aconteceu , foi um grande levantamento da situação da Igreja Católica em redor do mundo nos dias atuais, viu-se a abertura de outras igrejas, seitas diversas, o progresso afastando o homem de Deus, a busca incessante do homem pelo dinheiro, a oposição na própria casa, os escândalos envolvendo os Sacerdotes, tudo isto desenhando um panorama escancaradamente desfavorável. Estes episódios levou a cúpula criar um fato político que funcionasse como uma mega bomba de efeito prolongado.
Como o Papa Bento XVI goza de uma inteligência invejável, de um conhecimento sem paralelo, de uma penetração em toda a humanidade e conhece os problemas da Igreja dos últimos 40 anos, um ato Político que envolvesse o seu nome sem denegrir a sua imagem , um ato que não apagasse a sua importância perante a própria Igreja, mesmo porque o Papa Bento XVI não mostra a menor vontade de ser Santificado, então um ato que envolvesse o seu nome seria o ideal, bastasse a sua aceitação , claro , com algumas ressalvas que jamais serão reveladas.
A sua Renúncia poderia ser o maior evento para colocar a Igreja na mídia mundial e ser discutida por todas as camadas sociais do Mundo. Após as argumentações diversas , o Papa entendeu que realmente seria o ato político de maior relevância e efeito benéfico para sua Instituição milenar . Foi o que aconteceu, foi deflagrado a Renúncia nanometricamente calculada e hoje todos os tipos de mídia dedicam mais de 10% do seu tempo falando do assunto, mostrando a sua importância para o povo e sobrepondo todos os pontos sobre as demais igrejas não católica espalhadas pelo Mundo.
A Renúncia de Bento XVI na minha mera opinião foi um dos maiores Ato Político da Igreja Católica de todos os tempos. No jargão popular: juntou a fome com a vontade de comer.
O Papa Bento XVI além de culto, inteligente , importante para a vida da Igreja e para a paz mundial, mostrou que politicamente é um sábio e deu um golpe de mestre. Com este ato elevará a sua imagem e recuperará o lado bom da maltratada Igreja Católica.
Deixar o Papado com o episódio da morte, seria um golpe de tragédia e de luto para a Igreja, deixar a Igreja por intermédio de um grande evento politico, é um ato democrático repleto de sabedoria .
Eu o parabenizo por tão sábia decisão.
Espero a sua opinião
Iderval Reginaldo Tenório
Caríssimo e iluminado mestre, amigo e irmão Leonardo,
Vou reproduzir, com sua licença, este texto no meu blog (www.bloguedoton.blogspot.com.br) pois o considero definitivo com relação a tudo o que se tem dito, especulado e afirmado sobre o Cardeal Bergólio. Obrigado por partilhar conosco o que o espírito sopra em seus ouvidos!
Perfeito.
Prezado Leonardo. Sou padre, atualmente casado e com três filhos. Faz 11 anos que fiquei impedido de atuar na Igreja como presbítero por ter,após muito conflito, optado pelo casamento. Quando deixei de exercer o ministério presbiteral a questão que sempre me machucou profundamente foi a perda de um espaço privilegiado que deve se sempre colocado a serviço do pobre, como foi ensinado de forma inequívoca por Jesus e praticado ao longo da história, por inúmeros santos, de ontem e de hoje, como alguns nomes citados por você no comentário. Foi e é doloroso ver a Igreja se distanciar de forma tão arrogante e escandalosa da mensagem de Jesus. Ver que padres, bispos e cardeais que estão mergulhados na Igreja asfixiados pela vaidade, apegados cegamente ao poder e luxuria, já não são exceções. Mas há as exceções e são, a partir da humildade, coerência e ousadia profética, luminares que mantém acesa a chama. O Papa Francisco,pelo nome escolhido e pela eloquência dos exemplos que vêem se multiplicando, renova em nós a esperança. Obrigado Leonardo, pela sua vida,sua inteligência, sua sensibilidade, colocada de forma profética e perseverante a serviço da evangelização.
Adorei seu comentario Leonardo Bof,. é assim que sempre penso.. Porque tanta suntuosidade, quando Jesus pede p/ quem tem duas tunicas doar uma ao irmão que sente frio? Chega, estava mesmo na hora de surgir alguem que realmente deverá seguir o evangelho,” viver como Jesus viveu,pensar como Jesus pensou”pois só assim Ele será o CAMINHO A VERDADE E A VIDA…
Tenho absoluta certeza de que os católicos esperavam por isso há muito tempo…
A continuar a ler textos assim e com um papa assim ainda volto a frequentar a igreja.
Prezado Leonardo Boff,
Admitamos que a mudança de Bento XVI para o Papa Francisco foi algo inesperado diante do conservadorismo da Igreja e que dentro de alguns limites foi uma mudança de água para vinho, enchendo as alas progressistas da Igreja de esperança, inclusive pela adoção do nome Francisco que carrega o símbolo de muitas reformas. E digo carrega o símbolo ou menos que isso o arquétipo, pois eu sei e você sabe que Francisco de Assis não aceitaria nunca ser Papa. Seria necessário também ser jesuíta para aceitar esse cargo com essa tarefa: de ser um soldado de cristo, enfrentando batalhas com a cúria romana.
Sem querer diminuir todas as qualidades e virtudes do Papa Francisco eu diria que passado o entusiasmo inicial é bom pensarmos que uma andorinha só não faz verão e mesmo sendo a maior autoridade da Igreja, o Papa Francisco não foi escolhido para quebrar nenhuma estrutura, mas para conciliar as divergências na Igreja e torná-la mais palatável, de acordo com as mudanças e atualidades do planeta. De outra forma, poderíamos pensar que o espírito, o sopro, não atua somente na igreja, nem tão somente naquelas religiões que se consideram universais, dentro de um ecumenismo que isola e esquece os povos ligados à natureza.
Sendo o respeito à natureza uma consigna importante no discurso do novo Papa, para ter toda a coerência que você anuncia sobre o mesmo seria importante expandir esse gesto inter-religioso às religiões ligadas à natureza. Apesar de desclassificarem ou classificarem mal essas religiões, elas estão mais próximas do próprio Francisco de Assis na convergência cósmica pela qual o planeta inicia seus primeiros passos.
É interessante saber que as religiões dos povos originários até há poucas décadas consideradas patriarcais já têm mulheres pajés e/ou xamãs e, portanto, já bem mais desenvolvidas nesse aspecto. Ecumenismo sem essa abertura nos levará aos caminhos colonizadores e etnocentristas de sempre. Sinceramente, prefiro religiões desarticuladas para não regredirmos à idade das trevas. O caminho é para a frente e a convergência é cósmica, sem preconceitos e interferência nos fluxos.
Torçamos para que essa onda renovadora da Igreja seja capaz de superar as estruturas cristalizadas e arcaicas da instituição, e que o Papa tenha tempo para iniciar o seu trabalho de soldado de cristo.
É, realmente, surpreendente esse Papa. É possível que tranforme esta Igreija tão arcaica. Está ganhando o respeito e admiração de todo o mundo!!!
Simplicidade!! Nesse Papa estou tenho esperança de que a nossa Igreja Católica irá ser renovada!
A humildade e a prontidão ao ato de servir fazem ressaltar características que estavam faltando dentro da Igreja Tradicional, como muito bem relatado neste artigo. Que realmente seja a vontade do Irmão mais velho a nortear caminhos futuros e promissores para alcançar a vivência do Reino já aqui.
Torço para que o otimismo do senhor se concretize 🙂
Muito boa análise.E todos nós oremos ao Papa e a todos os religiosos para que a fé genuina retorne no coração das pessoas.E todos nós consigamos estar em sintonia com o Espírito Santo e conduzir rumo a concretização do Reino dos Ceus na Terra ,reino este de amor,fraternidade,beleza e prosperidade infinita.Para ser digno de habitar este Reino (tanto no Ceu como na Terra) é preciso amar e agradecer a Deus ,é preciso ter o coração puro e ser instrumento (cada qual em sua missão e função na sociedade) na concretização do Paraiso terrestre….Que Deus abençõe o novo Papa e toda a humanidade…
Eu ainda era criança quando uma tia minha disse que João Paulo I tinha morrido de forma misteriosa. Na época não entendi. E essa minha tia já não fala coisa com coisa então não da para eu perguntar que mistério e esse em relação a morte desse papa.
Mas o que eu quero aqui dizer é: preocupo-me com a vida desse novo papa. Ele certamente está mexendo com as estruturas palacianas do papado. Está tentando voltar às origens. E muita gente não quer que isso aconteça porque não quer perder o poder. Naiff.
Li e mantive por muito tempo perto de mim a obra literária de Leonardo Boff da Teologia da Libertação e, olha, nisso já se vão no mínimo 30 anos. Digo mantinha porque sempre emprestei e acabou que nunca retornava. Passava de mão em mão e daí dava por perdido. De verdade, nenhuma mágoa! Até hoje me esforcei pra entender e/ou enxergar o que de “tão diabólico” os ditos teólogos, clero e lideres religiosos contemporâneos viam e “alguns” ainda insistem em ver na obra desse homem. É, sem dúvida alguma, o discurso (ou prédica como consta neste artigo) mais próximo do ensinamento e exemplo deixado por Cristo. Puxa, este Papa efetivamente tem me impressionado. É o comportamento e não meramente a prédica falando alto e trazendo convencimento naqueles que procuram se aproximar do Deus real. Vamos rezar pra que nenhum dos fariseus e “profissionais da fé”, que certamente compõe o círculo de má influência da igreja Católica, trabalhem contra eventuais mudanças. Alias, os ensinamentos de Leonardo Boff não se limitam ao universo dos católicos, senão a todos os segmentos da religiosidade cristã.
A ESPERANÇA nasce do agir daqueles que querem verdadeiramente testemunhar do Cristo pobre, sofredor… que ao terceiro dia RESSUSCITOU! …
Muito edificantes suas palavras: uma verdadeira catequese.Não perco um só artigo seu.Pena que a maioria vem em outra língua que não a portuguesa!E difícil traduzir.Seria tão bom se fosse em português! Grata
Belíssima explanação!
Que o papa Francisco possa pôr em prática tudo que precisa fazer! Que Deus o ilumine sempre!!!!
Prezado Irmão Leonardo, mais uma vez, me delicio com seus artigos, continue assim. Apenas uma retificação, a igreja onde nosso querido D. Hélder morava era das Fronteiras, e não das Candeias. Abraço fraterno!
Como sempre sábias palavras.
Papa do fim do mundo? Fiquei com medo do mundo acabar por esses tempos de Francisco!!!
Escrevi esse comentário ontem, parece que não foi enviado direito. Estou postando novamente. Acho que um comentário nesses momentos ajuda. Como as críticas construtivas, os comentários são também atos de amor. Espero que desta vez dê certo.
Prezado Leonardo Boff,
Admitamos que a mudança de Bento XVI para o Papa Francisco foi algo inesperado diante do conservadorismo da Igreja e que dentro de alguns limites foi uma mudança de água para vinho, enchendo as alas progressistas da Igreja de esperança, inclusive pela adoção do nome Francisco que carrega o símbolo de muitas reformas. E digo carrega o símbolo ou menos que isso o arquétipo, pois eu sei e você sabe que Francisco de Assis não aceitaria nunca ser Papa. Seria necessário também ser jesuíta para aceitar esse cargo com essa tarefa: de ser um soldado de cristo, enfrentando batalhas com a cúria romana.
Sem querer diminuir todas as qualidades e virtudes do Papa Francisco eu diria que passado o entusiasmo inicial é bom pensarmos que uma andorinha só não faz verão e mesmo sendo a maior autoridade da Igreja, o Papa Francisco não foi escolhido para quebrar nenhuma estrutura, mas para conciliar as divergências na Igreja e torná-la mais palatável, de acordo com as mudanças e atualidades do planeta. De outra forma, poderíamos pensar que o espírito, o sopro, não atua somente na igreja, nem tão somente naquelas religiões que se consideram universais, dentro de um ecumenismo que isola e esquece os povos ligados à natureza.
Sendo o respeito à natureza uma consigna importante no discurso do novo Papa, para ter toda a coerência que você anuncia sobre o mesmo seria importante expandir esse gesto inter-religioso às religiões ligadas à natureza. Apesar de desclassificarem ou classificarem mal essas religiões, elas estão mais próximas do próprio Francisco de Assis na convergência cósmica pela qual o planeta inicia seus primeiros passos.
É interessante saber que as religiões dos povos originários até há poucas décadas consideradas patriarcais já têm mulheres pajés e/ou xamãs e, portanto, já bem mais desenvolvidas nesse aspecto. Ecumenismo sem essa abertura nos levará aos caminhos colonizadores e etnocentristas de sempre. Sinceramente, prefiro religiões desarticuladas para não regredirmos à idade das trevas. O caminho é para a frente e a convergência é cósmica, sem preconceitos e interferência nos fluxos.
Torçamos para que essa onda renovadora da Igreja seja capaz de superar as estruturas cristalizadas e arcaicas da instituição, e que o Papa tenha tempo para iniciar o seu trabalho de soldado de cristo.
Obrigada Leonardo Boff pelas preciosas informações. Desejo do fundo da minha alma que esta postura do Papa Francisco seja sincera e verdadeira e que ele consiga, pelo exemplo,mudar um pouco o rumo que o mundo tomou pelo poder e pelo
materialismo.
Llena el corazón de alegría leer estos párrafos de Leonardo Boff.
realmente encantador.
Testemunho que fala alto.
Simples e direto. Ótimo texto.
Parabéns, bela reflexão.
Que o Espírito de Deus, continue a te iluminar.
Realmente as palavras comovem, mas só o exemplo convence, essa é a grande riqueza
do atual Papa.
Totalmente de acuerdo!!
Que bom que sua reflexão me trouxe conteúdo históricos e seculares. È a primeira vez que vejo e assisto alguém da igreja católica se portando como um servo de Deus verdadeiramente! lógico há muitos, mas este tem visibilidade, não há como não ver, admirar e repensar a minha vida! Seguindo o exemplo se Deus quiser!
Gostei do exemplo. De Sua Santidade Papa Francisco. Obrigado
por tudo de bom que o Senhor Frei Boff me ensina.
Que a Igreja, criticada, fora do normal, neste blog, receba elogios em vista das ações do Papa Francisco, que tem perfeita harmonia com a pobreza e humildade. Isto com certeza produzirá um efeito dominó em diversos setores da Igreja, que a levará para reformas possíveis, evangelicamente traduzidas. Que o Papa Francisco tenha sucesso e consiga trazer de volta os fiéis que a abandonaram nestes últimos anos.
AMEI ESTA CRONICA
Espero que Francisco possua, realmente, as Sandálias do Pescador…O que será da Igreja?
Leonardo, estava tentando escrever algo pra dizer da importância de sua existência em minha vida, mas não estava conseguindo organizar as palavras. No meu facebook postei uma foto de seu rosto com uma frase escrita por você: “Cada um lê com os olhos que tem e interpreta a partir de onde os pés pisam…” E marquei algumas pessoas que sei que gostam de você e que assim como eu aderem a TL.
E para minha surpresa uma dessas pessoas fez o seguinte comentário: “Leonardo, como foi bom poder conhecê-lo e a sua obra. Foi o presente que eu precisava receber de Deus para que o cristianismo continuasse a fazer sentido pra mim…” e era TUDO o que eu queria dizer, essa declaração desse meu amigo me emocionou muito.
Talvez você não tenha noção da importância que seus escritos causam para nós jovens.
Muito obrigada!!
Que Deus continue a te iluminar!!
Abraço
Keice Thalma
Caso queria conferir segue o link: https://www.facebook.com/photo.php?fbid=581259545217807&set=a.331185916891839.92577.100000013002058&type=1&theater¬if_t=photo_comment
Acontece que este que vos escreve não se intitula mais católico romano (e sim franciscano) o que, de certa forma, pode conduzir você e aos seus amigos a um caminho não tão adequado. Eu digo, com toda a sinceridade e boa intenção, que continue a ler a TL, o quando quiser, mas que, antes de considerar certo, consulte outras fontes sobre a interpretação da Bíblia e da Tradição para não se confundir e esclarecer o que houver de falho na TL. Leia a vida dos santos, eles sim são exemplos perfeitos a serem seguidos.
Abraços, a paz de Jesus e o amor de Maria estejam contigo.
O Tempo é de mudança.Transformar é virar o que está por dentro,para favorecer a mudança, só se transforma como bem escreveu Frei Beto, aquilo que se vê e pisa.
Parabéns, comentário esplendoroso este! Muito rico em conhecimento.
Admiradíssimo Leonardo Boff. Tenho todos os seus livros. Herdei-os de meu pai. Leio-os com freqüência (não consigo abandonar o trema…). Penso que, talvez, a esperança que fincou morada em seu coração, o torne tal magnânimo na consideração dos atos – visíveis – do novo “bispo de Roma”. Mas, com toda honestidade, incluo-me entre os que consideram tudo isto uma “cortina de fumaça” para disfarçar os escândalos do Vaticano, além da hostória pessoal, documentadas do cardeal Jorge Mario Bergoglio. Perdoe-me, mas considero essa “humildade”, oportunista. Digo perdoe-me porque essa é a palavra que mais tem usado o “bispo de Roma”. Feliz Páscoa.
Prezado Leonardo Boff,
Acredito que você se tornou um arquétipo da Liberdade (no inconsciente coletivo) para o povo e quiçá até para a Igreja.
E creio também que a sua missão, realmente era fora (no sentido institucional) da Igreja. Livre…Liberado…
Cristo necessitava de:
a) Um “Leão Bravo” (Leonardo);
b) Um plano “B”, “off”. (Boff). Um plano alternativo, livre…
E “eu sei” (assim como disse Jung) que Ele encontrou em você esse leão (bravo e livre) que também nós (povo) necessitávamos.
Respeitosamente,
Aldo Costa
A simplicidade é proprio dos sábios!
Desde João XXIII, que sentiu o vento do Espírito Santo e modificou muito a Igreja Católica, sentia saudade de um Papa como Francisco.
Esse texto belíssimo e verdadeiro nos conforta e dá esperança de uma Igreja realmente
voltada para o povo, os pobres e os excluidos, exatamente seguindo Jesus Cristo e São Francisco de Assis!
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Existe o MOPP (Movimento Operário São Pedro e São Paulo) que congrega religiosos que trabalham. Para receberem a ordem eles devem ter uma profissão (no caso, eu conheço um padre que é enfermeiro). Moram cerca de três padres na mesma casa, eles trabalham e colocam tudo em comum para pagar as contas, o trabalho de casa também é responsabilidade deles. As demais atribuições de um padre são realizadas normalmente. Realizam missas nas comunidades próximas as suas casas ou onde forem convidados. Não são párocos porque não vivem em paróquia, mas desenvolvem trabalhos junto a ela. Assim como Paulo, não recebem nem um tostão para exercer suas vocações, são padres exemplares em fé e obras. Infelizmente pode-se dizer que “a moda não pegou”, pois existem apenas cerca de 25 padres no MOPP, e deles 90% tem mais de 60 anos, o que indica com quase certeza que talvez esse movimento tão abençoado não dure mais muito tempo.
A ideia principal é fazer com que os padres estejam próximos das pessoas onde elas passam a maior parte do tempo, que é no trabalho, para poder evangelizá-las e levar a elas esperança que lhes faltar.
A paz do Senhor e o amor de Maria estejam contigo. Artigo muito bem escrito, parabéns, não sou muito sua fã (que termo inapropriado), mas esse realmente se superou.
Abraços.