WAHSINGTON NOVAES é um jornalista atento às causas das violências que estão ocorrendo principalmente em São Paulo e em Santa Catarina. Parece que uma orgnização criminosa com algumas características de estado paralelo está se enfrentando com o Estado constitucional.Todos nos perguntamos, sem entender exatamente o porquê deste recrudescimento da violência, com tantas vítimas inocentes e com tantos policiais assassinados. Aqui vai uma reflexão esclarecedora de W.Novaes que acaba de ser publicada em O São Paulo de 23/11/2012 sob o título: “As novas percepções na escalda da violência”.
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Que quer dizer exatamente a onda redobrada de violência na Grande São Paulo e interior paulista, Santa Catarina, Goiás, Paraíba, Bahia, Ceará e outros Estados ? O tema está a cada dia mais presente na comunicação e suscita, inclusive em entrevistas e artigos assinados, muitas interpretações. Na verdade, a questão já era muito forte e só agora temos uma nova visão ? Ou se trata de uma escalada na violência ? Por que ? Será coincidência ou um salto de consciência ?
Carmo Bernardes, o falecido escritor mineiro/goiano, costumava dizer que os acontecimentos (e a consciência sobre eles) em nossas vidas não escorrem lentamente, e sim dão saltos repentinos: de um momento para outro vem-nos a consciência de que houve uma mudança forte, um salto. Será assim neste momento ? Ou se trata apenas de coincidência, situações momentâneas ? Por um lado, as estatísticas de crimes mostram que a situação não é nova, embora possa ter-se agravado – apenas se estaria dando mais ênfase. De fato, o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, citado pelo ministro da Justiça (ESTADO, 14/11), diz que já tínhamos no ano passado 471,2 mil pessoas presas em 295,4 mil vagas, com um déficit de 175,8 mil vagas e 1,6 preso por vaga. Só no Estado de São Paulo, 195 mil presos, ou 1,9 por vaga. Nas 28 prisões da Região Metropolitana, no ano passado, 43,6 mil presos. E 250 mil pessoas detidas provisoriamente.
Então, por que não percebemos antes a enormidade do quadro, só lhe damos atenção agora ? Há indícios de que ocorreram mudanças importantes e certas coisas parecem mais visíveis. Entre elas, um aparente deslocamento geográfico do crime organizado, em busca de novos territórios, desde que cessou o acordo não declarado que havia no Rio de Janeiro, desde o governo Chagas Freitas, na década de 70, entre a polícia e o tráfico de drogas – “vocês não descem o morro e nós não subimos”. Com a ocupação de morros e favelas pelo programa das UPPs, o crime (drogas, especialmente) teve de migrar – inclusive para fora do Estado. São Paulo e Santa Catarina parecem ser novos territórios, ou a busca deles.
Mas essa busca tem implicado uma escalada. Os comandos de organizações na área do tráfico têm recorrido até à requalificação técnica de seus membros, matriculando-os em cursos que ensinam a manusear explosivos (Folha de S. Paulo, 18/11). Tem significado a exigência de que os devedores aos mandantes do tráfico sejam obrigados a saldar suas dívidas executando policiais – 6 PMs e dois agentes prisionais foram executados em 20 dias (Estado, 15/11), quando 154 pessoas foram assassinadas. Em um ano, foram mortos 93 policiais (19/11) Ordens de ataques têm partido de dentro de prisões (15/11), a ponto de os governos federal e paulista cogitarem de implantar bloqueadores de celulares em presídios, ao custo de R$1 milhão em cada um deles levado para 143 unidades prisionais (19/11). A evidência de que esses novos fatores influenciam a visão das autoridades paulistas está no processo, já iniciado, de transferir líderes de organizações para presídios de segurança máxima fora do Estado (17/11), e no anúncio de que haverá ações importantes em “14 pontos estratégicos do Estado”.
Para completar o quadro da redistribuição geográfica do crime organizado: parece claro que o Centro-Oeste brasileiro transformou-se no ponto de recepção e redistribuição de drogas advindas das regiões de fronteira. Goiânia teve quase 500 homicídios no ano passado, mais de 500 este ano, até agora – quase invariavelmente relacionados com o tráfico e o não-pagamento de dívidas. Rio Verde, cidade de 185 mil habitantes, em 2011, quase 100 assassinatos. Este ano, mais (O Popular, 19/11). De certo modo, os fatos estavam diante dos nossos olhos há muito tempo. Na Paraíba, a Polícia Federal prendeu mais de 30 policiais e agentes de segurança “envolvidos em grupos de extermínio” (Estado, 10/11). De 1984 para cá, escreve o leitor Marcelo de Lima Araújo, mais de um milhão de pessoas foram assassinadas intencionalmente no Brasil”, o “20.o país mais violento do mundo”.
E mesmo deixando de lado as razões sociais desse quadro não há como entrar nessa seara abominável do crime e do crime organizado sem referência à situação calamitosa do Judiciário, que implica também a ausência de ressocialização de quem está na prisão – parte da pena quase inexistente. Nada menos de 423,4 mil processos, ao todo, estão paralisados em tribunais federais e estaduais (Agência Globo, 16/11), aguardando julgamento. Nos tribunais federais nada menos de 26 milhões de processos foram abertos em 2011 (eram 5,1 milhões em 1990). E com isso 90 milhões de processos tramitam nos tribunais.Mas no ano passado, cada ministro do STJ julgou 6955 ações; no TST, 6.299 cada um; no TSE, 1.160. Como dar conta da papelada toda ?
É evidente que nossos modos de viver, acotovelados em grandes cidades e megalópoles, geram condições favoráveis – geográficas, econômicas, sociais, de dificuldade de cobertura policial em toda a área etc. Mas as verbas previstas para construção de presídios até 2014 são de apenas R$1,1 bilhão, com 24 mil vagas implantadas, 42 mil contratadas; apenas 7.106 entregues (Folha de S. Paulo, 18/11). E quanto a novas condições sociais e econômicas nas grandes cidades, não há muitas razões para otimismo. Estudo de 40 especialistas da USP, ao lado de 81 técnicos, para o governo paulistano, diz que “A São Paulo dos sonhos” “poderá estar pronta em 2040”, nas áreas de transportes coletivos, habitação, despoluição de rios etc. E custaria R$314 bilhões.
Haja paciência e fé! E ainda a crença ilusória de que algo será possível, principalmente nas áreas de segurança e justiça, sem reformas mais amplas, de caráter global mesmo. Migração de fatores sociais e da criminalidade, escaladas de violência etc., não se detêm diante de fronteiras municipais, estaduais ou nacionais.
O problema dos pensadores brasileiros é acreditar que o unico estado com violência é o Rio de Janeiro e que por efeito causa e consequencia está exportando violência para outros estados. Enquanto agirmos baseados neste paradigma midiástico o poder paralelo vai continuar a se diveritr e manipular com maestria seus “ataques” onde bem lhe aprouver. Nós “brasileiros vivemos hoje a Colombia de 20 anos atrás!
Uma bela análise; porém, além do combate incessante, pois não podemos nos habituar com esse estado de coisas, e é aí que mora o perigo, precisamos urgente reformular nossas políticas públicas no que se refere ao ensino de base no país. Em primeiro lugar, é preciso acabar com a elitização do ensino, tornando este de bom nível para todos, como se fez em alguns países que lograram alcançar êxito em melhorar o nível da sociedade como um todo. A boa formação intelectual e moral vem de base e não adianta, por exemplo, aplicar métodos sofisticados nas escolas policiais e que funcionam em alguns países, se não temos material humano condizente. Haverá sempre um índice elevado de elementos na própria corporação que se imporão somente pela força e pela criminalidade, se imiscuindo ao tráfico e à corrupção. E isto se refere a outros segmentos da sociedade, como nas áreas da política e das gestões públicas. Então, mais uma vez, para o combate efetivo da corrupção e da criminalidade em todos os níveis, além do combate incessante e direto, pra começar, uma reforma total em nosso ensino público para que possamos, a médio prazo, transformar aos poucos a própria sociedade como um todo, senão, nunca haverá retorno.
Parabens pela clareza ! Taí o quadro geral e os pontos que devem ser cuidados. A vontade de resolver tem que vir dos 99% dos homens de bem. Tem que ser apartidária, sem preconceitos. Tem tudo a ver com a nossa dignidade humana, dos valores morais, éticos. Tem a ver com a nossa evolução espiritual e da raça humana. Meu Deus, Nosso Deus, nos ajude.
E, infelismente o ser humano está perdendendo o sentimento, o respeito e se tornando um monstro porque nem animal se pode dizer, porque animal tem respeito por seu semelhante.
Me desculpem se estou sendo cego demais ou superficial demais, mas, este texto foi feito exclusivamente para a classe média-alta e alta não? Não sei se estou sendo preconceituoso quanto ao texto, me desculpem se pareço, mas, este texto somente colocou em foco os problemas que todas as pessoas enfrentam e colocam como um ponto superficial o problema em si, que seria a migração dos bandidos de um lugar para outro, esclareceu o porque da violência não justificada pela mídia, que somente a descreve como algo que acontece sem motivo aparente, além de pontos que não influenciam as pessoas de classes mais baixas, pois trata violência somente como algo que é preocupação das classes mais altas, e não colocam em questão os fato de as forças policiais e outras tantas públicas demorarem horas quando acontecem de comparecer à um local quando solicitada pelas classes menores.
Comentários lúcidos e que leva ao raciocínio como estes, são de grande importância. Opiniões, análise crítica com dados, de verdadeiros cidadões especialistas no jornalismo, sociologia e outros como este. Daqueles que mais precisávamos alguma análise crítica, algum envolvimento, alguma decisão, que não passa de obrigação de políticos e responsáveis por explicações e mais decisões possíveis: É extremamente imcompreensível como não houve respostas claras á nós povo que estamos no meio da “guerra”. E um político, ao qual expressei durante anos meu voto, Sr. Governador de São Paulo Geraldo Alckimin e cúpula só sabiam dizer” ainda não há nada que comprove envolvimento dos fatos com o crime organizado” . São meros ineptos e farsantes imobilizados pelo descaso e falta de ação. Neste não voto mais.
Economia e violência
Em todos os tempos, épocas e lugares, fora as raras exceções, todas as violências tem origem nas busca pela riqueza, sob mil bandeiras, inclusive, religiosas. Desde a antiguidade que as questões econômicas foram responsáveis pelos diversos conflitos, dos pequenos, até as revoluções e guerras. Exterminar a violência no Brasil, só mesmo terminando com as precárias condições econômicas de grande parte de nossa sofrida população.
A presidente Dilma tem que tomar medidas fundamentais para fortalecer nossa indústria e nosso comércio, o mais rápido possível. Por outro lado, fazer isso contando com tantos políticos safados e entreguistas e grande parte da população em condições de baixo poder aquisitivo, torna-se tarefa quase impossível. Exige forte liderança e imensa determinação. Também, muita proteção de Deus.
Devido aos perversos modelos econômicos, um após o outro, inclusive as devastadoras privatizações FHC/PSDB, que a dinheiro de hoje, já teria causado um prejuízo ao povo brasileiro de mais de R$ 10 trilhões, continuamos patinando, sem saber ao certo como estruturar uma economia vigorosa, capaz de nos proporcionar bons e seguidos crescimento do PIB. Como se isso não bastasse, diante de uma sideral e continuada crise mundial do capitalismo, destroçando economias no primeiro mundo.
Para a solidez da economia brasileira seria necessário possuir boa massa crítica de consumidores, compatível com nossa população de quase 200 milhões de habitantes. Uma grande massa de trabalhadores dotada de devido poder de compras é imprescindível para a solidez de nossa economia. No sistema capitalista, a viabilidade do polo produtor (indústria, serviços e comércio), depende exclusivamente do poder de consumo do polo consumidor, basicamente, formado por sideral massa de trabalhadores, com poder de consumo. Assim funciona a lógica do sistema.
Há que tomar as necessárias e corajosas medidas visando aquecer nossa economia o mais rápido possível visando anos de crescimentos seguidos. Se isso é feito, teremos muito dinheiro, inclusive para investir pesado na educação, saúde, habitação, tecnologia, ciência, defesa, saneamento, transporte de massa, meio ambiente, etc. Mas, o melhor de tudo é que teremos plenas condições de acabar de vez com a chaga da velha miséria. E a partir daí, a trágica violência que tanto conhecemos será exterminada, com droga ou sem droga. Nunca fui a favor da maldita droga, mas se droga por si só causasse violência, Amsterdã seria cidade violentíssima. Nunca poderia ser muito calma, civilizada, pacata, limpa e, bonita cidade holandesa.
Marcia
Oprimimos e somos oprimidos, o mundo que ai está é criação nossa.Todos somos responsáveis em maior ou menor grau, temos que começar esta reforma ou esta mudança em nós, tomando consciência da nossa cota de responsabilidade neste processo.Não adianta falar dos politicos, das autoridades, se em nossa casa, no nosso trabalho, na rua, praticamos pequenas e grandes violências todos os dias contra os nossos companheiros de existência.Temos como regra revidar,competir,pensar somente no proprio bem estar ,mentimos,enganamos uns aos outros para obter vantagens e queremos um mundo melhor? Quanta incoêrencia quanta insensatez!!!Eliminemos a violência em nós e estaremos eliminando também a violência das nossas cidades,do nosso estado, do nosso país,do nosso mundo. Trabalho difícil mas o unico que será eficaz.
concordo com você Marcia.
as pessoas estão muito deshumanas estam longe de Deus ,se rezar e não criticar ,julgar muita coisa mudaria no mundo .vemos uma cena e julgamos e condenamos sem se colocar no lugar do outro,Jesus nos quer feliz e para isto temos que cuidar dos nossos pensamentos,pensar sempre positivamente ai uma corrente do bem vai como nuven no coração do outro.Deus nos abençoe e Jesus nos llumine.
TEM AQUELE TIPO DE VIOLENCIA SUBLIMADA EM ALGUNS PAISES. ONDE MUITOS DEFENDEM ESTES PAISES E BUSCAM DE EXEMPLO PARA O BRASIL. ALGUNS LIDERES DESTES PAISES SÃO OVACIONADOS POR ESTAS PESSOAS, ALGUNS – BETTO FREI – DIZ QUEA REVOLUÇÃO CUBANA, FOI UMA REVOLUÇÃO EVANGELIZADORA… SENTAM NO COLO DO VOVO FIDEL CHEIRANDO A SANGUE DE PRESOS POLITICOS, POBRES SEM TER O QUE COMER E SEM TER VOZ PRA DIZER PRO MUNDO QUE QUEREM FALAR O QUE PENSAM – A MAIOR E PIOR VIOLENCIA QUE SE PODE TER… E NA VENEZUELA ENTÃO, CHAVEZ É SENÃO O PROPRIO CRISTO PERSONIFICADO NÃO É MESMO… TEMOS NOSSO MESSIAS AQUI COM CHEIRO DO POVO – LULA… E NA COREIA DO NORTE, O QUE DEVE MORRER DE GENTE POR LA…E NA CHINA ENTÃO… AGORA, VAI NESSES PAISES LEONARDO BOFF, E ESCREVE SOBRE SUBVERSÃO, VIOLENCIA, OPRESSÃO AOS POBRES, DIREITOS HUMANOS E OUTROS QUE TAIS… PRA VER SE VOCE, SEU BONACHÃO TUPINIQUIM SEM EIRA NEM BEIRA, NÃO FICA POR LÁ PRESO, ALGEMADO E TORTURADO, QUIÇÁ ATÉ MORTO – FUZILADO. FAZ-NOS UM FAVOR DE NÃO IR A ESTES PAISES E BEIJAR, ESCREVER, REVERENCIAR ESSES MALUCOS TIRANOS IGUAL A VOCE, VAI LA E FALA ISSO QUE TO TE FALANDO – FAZ UM TESTE, UM DOUTORADO DE LIBERDADE DE EXPRESSÃO NESSES PAISES QUE VOCE ENCHE A BARRIGA VENDENDO ESSA IDEOLOGIA RIDICULA, INFANTIL, UTOPICA, MACONHEIRA… VAI LÁ, VAI TIO BOFF… VAI LA LEVAR UMAS BOFFETADAS NA CARA PRA TOMAR JUIZO E CRESCER UM POUCO… ESCREVE AÍ SOBRE OS PRESOS POLITICOS TORTURADOS CUBANOS, NA VENEZUELA, A VIOLENCIA CRESCENTE NA VENEZUELA, VIOLENCIA, CENSURA, OPRESSÃO, TERROR, MEDO…ESCREVE AÍ SEU REBELDE SEM CAUSA… FRACO, MUITO FRACO… EU QUE NÃO TANHO CURSO SUPERIOR, TENHO MAIS CONSCIENCIA E CRIVO CRITICO QUE UM VELHO SEM ARGUMENTOS QUE VOCE… TRISTE, MUITO TRISTE… VOU REZAR UMA AVE MARIA PURISSIMA PRA VOCE…
Sou fã de carteirinha deste cara. O LEO BOFF como eu falo pros meus alunos! Chega dos brasileiros aceitarem tudo calados como colonias do Eixo RIO-SP podridão. Somo um continente de ultra valor.