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Ao participar de encontros internacionais sobre questões ecológicas, me dei conta de que  sempre estão presentes os povos originários, pois são os protagonistas na manutenção e na proteção da vida. No começo de cada intervenção, naturalmente, fazem uma oração evocativa ao Grande Espírito, como se fosse a coisa mais natural do mundo. São palavras sábias, nascidas da observação da natureza, das estrelas e da vida. Nós, ocidentais, perdemos o sentido sagrado de todas as coisas, pois não nos sentimos parte do Todo. Da falta deste pertencimento se deriva, em grande parte, nossa crise ecológica. Temos uma relação de uso da natureza e esquecemos que cada um de nós está ligado a outro e que cada ser possui um valor em si mesmo.Por isso deve ser respeitado e agradecer por sua existência. Todos estamos dentro do Círculo da Vida. Cada indígena sente em seu próprio corpo a natureza, na vida, nos ossos, na carne, no espírito. Face à emergência ecológica atual, precisamos revisitar os portadores do Sagrado da Natureza, de seu Respeito e do sentimento de Pertença. Eles detém a chave que pode nos fazer sair da crise e resgatar a Sagrada Unidade de todas as Coisas e nosso lugar dentro dela. Para iniciar a nova década, nada melhor que unirmo-nos à esta expressiva oração que o Grande Chefe Aho da nação Lakota, dos EEUU fez pensando em todos também em  nós, seus parentes.   LBoff

 

Oração dos indígenas da nação Lakota que vive nos USA.

Até hoje continuam rezando a seguinte oração.

O Chefe Aho MITAKUYE OYASIN 

a todos os meus Parentes: 

 

Eu honro a todos vocês que hoje estão aqui conosco, neste círculo da vida.

Estou grato pela oportunidade de dar-lhes meu reconhecimento e agradecimento, a vocês, nesta oração….

 

Para o Criador, pelo dom supremo da vida,

eu agradeço.

 

Para ao “Povo Mineral” que tem construído e mantido meus ossos e todo o projeto de minhas experiências de vida,

eu agradeço.

 

Para ao “Povo Vegetal” que sustenta meus órgãos, mantém meu corpo sadio e me dá ervas curativas em caso de doença,

eu agradeço.

 

Para ao “Povo Animal” que me alimenta de sua própria carne e oferece sua companhia leal nesta caminhada da vida,

eu agradeço.

 

Para ao “Povo Humano” que compartilha comigo o mesmo caminhar como se fôssemos uma só alma dentro da roda sagrada da vida terrena,

eu agradeço.

 

Para o “Povo Espiritual” que, invisível, me guia através dos altos e baixos da vida e por carregar a tocha de luz através dos tempos,

eu agradeço.

 

Aos “Quatro Ventos” de mudança e de crescimento,

eu agradeço.

 

Vocês todos são meus Parentes, sem os quais eu não viveria.

 

Estamos todos no Círculo da Vida, juntos e dependentes uns dos outros, tecendo o nosso destino comum. Um não é menos importante que o outro.

 

Um Povo vivo e em crescimento está interligado com todos os outros Povos, um relacionado com o com o outro e dependente com aquele que está acima e com aquele que está abaixo.

 

Todos nós somos uma parte do Grande de Mistério. 

 

Obrigado por esta vida.

O Grande Chefe Aho