A gravidade de nossa crise generalizada nos faz sentir como um barco à deriva, entregue à mercê dos ventos e das ondas. O timoneiro, o presidente, é acusado de crimes, cercado de marujos-piratas, em sua maioria (com nobres exceções) igualmente, corruptos ou acusados de outros crimes. É inacreditável que um presidente, detestado por 90% da população, sem nenhuma credibilidade e carisma, queira timonear um barco desgovernado.
Nem sei se é obstinação ou vaidade, elevada a um grau estratosférico. Mas, impávido, continua lá no palácio, comprando votos, dispensando benesses, corrompendo a já corruptos para evitar que responda junto ao STF a pesadas acusações que lhe são imputadas. Está pondo 57 empresas à privatização que inclui terras amazônicas e até a Casa da Moeda, símbolo da soberania de qualquer país.
É uma vergonha internacional apresentarmos tal figura apagada e sombria e termos, como país, chegado a este ponto e conhecido a admiração de tantos outros países pelas políticas corajosas feitas em favor das grandes maiorias empobrecidas graças aos governos progressistas Lula-Dilma.
Pode a difamação dos opositores, apoiados por grupos ligados ao stablishment internacional que a todos quer alinhar a suas estratégias, tentar satanizar a figura de Lula e desfazer o mérito dos benefícios que ele propiciou aos deserdados da terra. Mas não estão conseguindo chegar ao coração do povo. Este sabe e testemunha: “Apesar de erros e equívocos, é inegável que Lula sempre amou os pobres e esteve do nosso lado. Mais que o pão, a luz, a casa, o acesso à educação técnica ou superior, ele nos devolveu dignidade; somos gente e não somos mais condenados à invisibilidade social”.
Querem destruir Lula, como líder politico e como pessoa. Não o conseguirão, porque a mentira, a distorção, a vontade raivosa e persecutória de um juiz justiceiro que julga mais pela raiva do que pelo direito, jamais irão desfigurar alguém que se transformou em um símbolo e em um arquétipo no Brasil e no mundo.
Dizem seguidores da psicologia profunda de C. G. Jung que quem se transformou em símbolo pela saga de sua vida e pelo bem que fez para os outros, se torna indestrutível. Virou símbolo de um poder político benfazejo para os mais desvalidos de nossa história, marcados por muitas chagas. O símbolo penetra o profundo das pessoas. Dispensa palavras. Fala por si mesmo. O símbolo possui um caráter numinoso que atrái a atenção dos ouvintes, até dos céticos. O carismático carrega uma estrela dentro e sua irradiação é a mais potente que conhecemos. Lula possui este carisma e essa luz que se traduz pela ternura que abraça e beija os mais humildes e pelo vigor com que leva avante sua causa libertária. Aqueles antes silenciados, se sentem representados por ele.
Além de símbolo, Lula se transformou num arquétipo do lider cuidador e servidor. O arquétipo é uma figura ponderosa que serve de referência a outros e por isso os anima e os transforma. Este tipo de líder, consoante os mesmos analistas junguianos, serve a uma causa que é maior do que ele próprio, a causa dos sem nome e dos sem vez. Tais psicólogos sustentam que este tipo de líder faz coisas que parecem impossíveis. Evoca nos seguidores os arquétipos escondidos neles de também de se autosuperarem e de se sentirem parte da sociedade. Isso se expressa nas palavras de muitos que dizem: “ao votar nele, nós estamos votando em nós mesmos. Até hoje tínhamos que votar em nossos opressores, agora votamos em alquém que é um dos nossos e que pode reforçar a nossa libertação”.
A atuação política de Lula possui uma relevância de magnitude histórica. Ele tem a consciência deste desafio formulado por um dos melhores dentre nós, Celso Furtado, em seu livro “Brasil: a construção interrompida”(1992): ”Trata-se de saber se temos um futuro como nação que conta na construção do devenir humano. Ou se prevalecerão as forças que se empenham em interromper o nosso processo histórico de formação de um um Estado-nação”(p.35).
O que nos dói é constatar que o atual governo se empenha em interomper esse processo, pela violação da constituição e da democracia, pelos ajustes e pelas privatizações que promove e até pela venda de terras nacionais a estrangeiros. Celso Furtado que conhecia as práticas dessas elites constatava pesaroso:”tudo aponta para a inviabilização do país como projeto nacional”(obra citada,p.35). Mas recusamos este prognóstico. Lutaremos para que o Brasil se tansforme numa nação pujante que sirva aos desígnios maiores da própria humanidade, carente de bens e serviços naturais, que nós dispomos em abundância e principalmente que reforce aqueles valores humanísticos da solidariedade, da compaixão e da alegria de viver que nos tornam mais felizes.
As elites dos endinheirados deixam-se neocolonizar, para serem meros exportadores de commodities, ao invés de criar as condições favoráveis para concluirmos a fundação de nosso país. Além de corruptos, são vendilhões da pátria, cinicamente indiferentes à sorte de milhões que da pobreza estão caindo na miséria e da miséria, na indigência.
Temos que guardar os nomes destes politicos traidores dos anseios populares. Representam mais seus interesses pessoais e corporativos ou daqueles empresários que lhes financiaram as campanhas do que os interesses coletivos do povo. Que as urnas os condenem, negando-lhes a vitória pelo voto.
Leonardo Boff é articulista do JB on line, teólogo, filósofo e escritor; escreveu A grande transformação na economia, ma política e na ecologia, Vozes 2015;
Parabéns Professor e Doutor Leonardo Boff. Eu tive a honra de conhecê-lo aqui em Belo Horizonte-MG, no Cine Teatro Brasil, ao lado de Frei Betto, e do Mario Sergio Cortella,
e tenho o seu livro: FELICIDADE foi-se EMBORA?
Afetuoso abraço !
Roberto Gonalves
Atordoada pelo mal estado da política mundial, perguntei ao término de uma Santa Missa na Matriz do Sagrado Coração de Jesus ao Frei Walnei: como pode me explicar o mistério do mal? Ele disse-me : “É a ausência de Deus!” Estou orando ao Pai Nosso : “…Venha a nós o Vosso Reino. Seja feita a Vossa Vontade assim na Terra como no Céu…”
Que Deus nos converta e santifique, para que pratiquemos o que o Divino Mestre nos veio ensinar!
“Política é uma maneira nobre e exigente de servir ao próximo.” (Papa Paulo VI).
LÁ – LÉ – LI – LÓ – LULA !
CUM ANIMUS ET FIDAE. BE BRAVE !
A CARAVANA PASSA E OS SAPOS COAXAM ÁS MARGENS DO SÃO FRANCISCO E DO LAGO PARANOÁ. LULA LÁ !!!!!!!!!!
DILMA E LULA : PELA DEMOCRACIA DILMA TEM QUE VOLTAR LOGOOOO
Beira à ousadia, até mais do que à coragem, manterem-se firmes na defesa do Lula e do projeto (nem sempre bem conduzido) de inclusão da maioria do povo brasileiro, historicamente, excluída…sigamos em frente…
É mesmo dantesco o quadro de nossa realidade e inércia de grande parte da população, que foi bem treinadinha para não reagir:só assistir… No entanto não podemos nos dar ao luxo de desânimos há que buscar meios e maneiras de PARTICIPAR e tentar mudar esta infâmia que estão perpetrando! RESISTIR e PERSISTIR para que volte uma decência indispensável para termos de VOLTA uma DEMOCRACIA RESPEITADA.
Republicou isso em Zefacilitador.
Republicou isso em Paulosisinno's Bloge comentado:
Do Leonardo Boff: “A gravidade de nossa crise generalizada nos faz sentir como um barco à deriva, entregue à mercê dos ventos e das ondas. O timoneiro, o presidente, é acusado de crimes, cercado de marujos-piratas, em sua maioria (com nobres exceções) igualmente, corruptos ou acusados de outros crimes. É inacreditável que um presidente, detestado por 90% da população, sem nenhuma credibilidade e carisma, queira timonear um barco desgovernado.
Nem sei se é obstinação ou vaidade, elevada a um grau estratosférico. Mas, impávido, continua lá no palácio, comprando votos, dispensando benesses, corrompendo a já corruptos para evitar que responda junto ao STF a pesadas acusações que lhe são imputadas. Está pondo 57 empresas à privatização que inclui terras amazônicas e até a Casa da Moeda, símbolo da soberania de qualquer país.” (Continua; clique no linque para continuar lendo)
haverà eleição em 2018, professor? começo a acreditar que não.
SUPERFICIALIDADE E TRAGÉDIA
Albert Schweitzer
“A tragédia do homem é o que morre dentro dele enquanto ele ainda está vivo.”
― Albert Schweitzer
Nosso grande poeta Manuel Bandeira dizia no fim da vida que a poesia do futuro
seria A PLASTIFICAÇÃO DA PALAVRA NO ESPAÇO GRÁFICO. Na África Albert
Schweitzer lutava pelo aprofundamento cultural e espiritual do ser humano que
se adiantava em crescimento material, mas vivia em carência imaterial. Superfi-
cialidade era a marca desta cultura que enganava o mundo e curava superficial –
mente suas feridas. O mesmo que Paulo Freire via no desvelamento da realidade
que mostrava a enganação e encobrimento da realidade e da verdade. No Egito
se inventou a MAQUIAGEM que começa com uma BASE e depois se estende em
CONTORNOS E ACABAMENTOS. Assim como as PALAVRAS que se estendem em
um livro. Uma tela de computador é extensão da palavra e arte. Ferramenta e su-
porte para criação artística. Uma civilização construída na superficialidade está
sujeita a tragédias. Como as embarcações sem suportes e ferramentas. A cidade
em áreas de risco e perigo. O Brasil tem sofrido ao longo dos tempos maquiagens
e suportes superficiais que levam nosso país a crises e tragédias. Golpes e inter –
venções que não curam as feridas do povo e não tratam da essência do problema.
Poesia e música com o pensamento e coração vale mais do que com os quadris e
as quadrilhas que alegram superficialmente a cultura popular. Abraços. adenir
– Frases e Pensamentos de Albert Schweitzer
Os interesses pessoais estão se sobrepondo aos interesses da população brasileira. Estamos à deriva mesmo!
Parabéns pelo artigo. O senhor é um ícone do nosso Brasil.
O egoismo tomou o lugar da solidariedade , do amor…
O GRANDE PROJETO PORTUNHOL
“POSSO TE DAR CARTA DE MARINHA / UM GORRO DE
MARINHEIRO E FRIOS CONHECIMENTOS/ MAS, O QUE SE
ACALENTA NO CONVÍVIO AMOROSO DO MAR, ISTO NÃO
POSSO TE DAR.” (GEIR CAMPOS)
Estão retalhando a história para justificar interesses vários.
A ESCOLA DE SAGRES criada pelo Infante D. Henrique nos
finais dos tempos medievais marcou época de modernidade
e expansão de grandeza que se estendeu pela Oceania, Áfri-
ca e América. Não foi pirataria. Foi experiência e estudo de
ilhas em ilhas, litorais e continentes. Degredados, inquisido-
res, escravistas, comerciantes e exploradores vieram a rebo-
que. Marinheiros corajosos e pesquisadores enfrentaram as
águas revoltas e dialéticas de oposição e grandeza. “TAL ERA
A GRANDEZA DO ESPETÁCULO QUE DEIXEI-ME FICAR LEDO,
MUDO E PASMO” cantava Camões em versos e prosa. Os fení-
cios, desde a antiguidade, já tinham experiências de navegação
com interesses comerciais. O Infante português e ibérico tinha
interesses educativos e mais amplos. A pirataria e covardia da
violência colonizadora levou ao fracasso um projeto de grandeza
universal que se estende aos confins da terra com o Espírito de
Deus que segue em frente na liberdade de criação de novos céus
e nova terra com o novo nascimento anunciado pela estrela de
Belém com alegria para todos os povos. Abraços. adenir
O Lula rezou (e reza) por essa cartilha: “(…) Representam mais seus interesses pessoais e corporativos ou daqueles empresários que lhes financiaram as campanhas do que os interesses coletivos do povo”.
A esse respeito, dentre os muitos sinais de franca opção pelo corporativismo e pelas “(…) forças que se empenham em interromper o nosso processo histórico de formação de um um Estado-nação”, o seu recente afago a Sarney e Renan Calheiros é emblemático!!!