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Hoje,domingo de maio, é convencionalmente o dia das mães. Todos os dias são dias das mães, pois elas estão presentes na vida e no coração de todas as pessoas. Esse dia é para reconhecer sua existência sem a qual ninguém no mundo existiria. Não há humanidade sem mães. Elas como mulheres são mais da metade da humanidade. E são as irmãs ou as mãe da outra metade, dos homens. Não são, portanto,pouca coisa. Foi dito pela FAO, organismo da ONU que cuida da alimentação do mundo: “Se não dermos mais poder de decisão às mulheres, não garantiremos um futuro da vida. Pois são elas que geram e entendem a vida”. Não se fala de participação pois elas sempre participaram e participaram, mas no patriarcado nunca puderam decidir. Agora que a vida corre risco de ser atacada letalmente com o coronavírus e eventntualmente ser eliminada por nossa irresponsabilidade, recorremos à sua capacidade de decisão, pois elas geram e sabem o que é a sacralidade da vida.Aqui vai um pequeno poema para dizer nas palavras de uma mãe de sete filhos o que é ser Mãe em suas múltiplas facetas, em sua missão irrenunciável no percurso de vida de cada pessoa. L.Boff

                                        MÃE É :                                         

 Mãe tem um endereço certo. É aquele lugar no coração do qual nunca saímos.

Ela é o PARAISO que nunca perdemos.

 A longa história da Humanidade se repete no ventre da Mãe em apenas 9 meses

       Mãe é a MEMÓRIA do mundo.

Carregando uma bomba atômica vital, o ventre da Mãe é capaz de transformar em pouco tempo uma minúscula célula num ser humano perfeito e completo.

       Mãe é o LABORATÓRIO da Vida.

 O ritual que uma Mãe faz ao esperar , preparar, parir, cuidar e educar uma criança faz dela verdadeira SACERDOTIZA.

A devassa, ou prostituta se transforma em Madona de Michelangelo, quando tem uma criança no colo. A maternidade lhe confere uma auréola de luz. Ela vira Nossa Senhora.

       Mãe é sempre uma SANTA.

 A Revolução , pacífica e silenciosa das Consciências, começa no ventre da mulher

       Toda a Mãe é uma GUERREIRA sem armas.

Em meio a exigências, disputas e uma guerra contínua de nervos, A Mãe é o PARTIDO MAIS PACIFISTA do mundo.

Numa cultura machista , o filho bem sucedido carrega o nome do pai e o fracassado é o FILHO DA MÃE.

Bandido, delinqüente, criminoso, tem sempre a causa ganha e o perdão irrestrito para aquela que diz: É MEU FILHO.

O vínculo do casal pode ser provisório, mas o do PAI E DA MÃE é para sempre

A maternidade não é só biológica, ela é também consciente. Primeiro se é mãe das bonecas, sobrinhos, afilhados, mãe da própria mãe. Mãe de uma causa, de um movimento, de uma obra.

       TODA A MULHER É MÃE.

 O cuidado, delicadezas e minúcias , com que uma Mãe toca seu bebê, a magia de suas mãos e o esmero em lidar com fios, tintas, comidas, remédios, roupas, livros, máquinas, tecidos, teclas, volantes, cantando e dançando, rindo e chorando, rezando e xingando, fazem dela uma ARTISTA, FIANDEIRA, FEITICEIRA, BRUXA E XAMÃ.

Em momentos de aflição e catástrofe: “MINHA MÃE “ é a primeira invocação.

Mãe é a portadora das virtudes teologais FÉ , ESPERANÇA E CARIDADE .

Ela é a primeira Religião, a primeira Divindade. Ela é a DEUSA.

MÃE É UMA SÓ.

Iris Boff é educadora, poeta, mãe de sete filhos homens e de inúmeros netos,guerreira ao apoiar e participar de movimentos sociais populares que buscam vida, justiça e libertação.É minha irmã.