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O ódio e a homofobia continua fazendo vítimas. O prof.Sandro Cipriano,membro da Associação Brasileira  de ONGs (ABONG), conhecido por ser um grande defensor dos direitos humanos, especialmente dos LGBTs. Estava desaparecido desde o dia 28 de junho e foi encontrado  assassinado no dia 29. Mais uma vítima como Marielle e seu chofer Anderson. Quem o matou, eis a pergunta que todos se fazem.São já muitos desde janeiro deste ano que foram assassinados por defenderem os direitos humanos,especialmente dos LGBT. A atmosfera de violência que marcou a campanha presidencial de 2018 ainda continua. Aqui vai a nota da ABONG junto com nossa indignação e solidariedade aos familiares e aos membros desta conhecida ONG.Lboff
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Nota da ABONG-PE
As organizações do campo e da cidade perdem mais um companheiro para o ódio e a violência homofóbica. Exigimos justiça!
Nesta manhã de sábado, fomos surpreendidos/as com a triste notícia do assassinato do companheiro Sandro Cipriano – ou Sandro do Serta, como era carinhosamente conhecido em Pombos, sua cidade natal, e em Pernambuco.
Quem matou Sandro Cipriano?
O Serta – Serviço de Tecnologia Alternativa – é uma organização da sociedade civil que forma jovens, educadores/as e produtores/as familiares para atuarem na transformação das circunstâncias econômicas, sociais, ambientais, culturais e políticas, e na promoção do desenvolvimento sustentável, com foco no campo. Foi no Serta que Sandro passou de educando a educador.
Além de professor, Sandro era coordenador estadual e membro do conselho diretor nacional da Abong – Associação Brasileira de ONGs, membro do Grupo Sete Cores de Pombos, ex-conselheiro nacional da juventude (Conjuve), ex-conselheiro estadual de políticas públicas de juventude em Pernambuco e, há mais de uma década, um guerreiro incansável pela efetivação dos direitos das juventudes, em especial da Bacia do Goitá e do Sertão de Moxotó.
Sua morte, motivada por ódio e homofobia, é o retrato do Brasil que exclui, estigmatiza e assassina pessoas que defendem direitos e LGBTs.
A violência é um fator histórico que sempre atentou contra a vida daqueles/as que defendem os direitos fundamentais. Lembremos Martin Luther King, Dorothy Stang, Manoel Mattos, Margarida Alves e a própria Marielle Franco, dentre outros ativistas que foram assassinados em decorrência de seu exercício político.
Só nos primeiros cinco meses deste ano, o relatório do Grupo Gay da Bahia (GGB) aponta que o Brasil registrou 141 mortes de pessoas LGBTs. Segundo a entidade, foram 126 homicídios e 15 suicídios, o que representa a média de uma morte a cada 23 horas.
Esse é um momento de muita tristeza e indignação e nada trará nosso companheiro de volta, mas exigimos das autoridades pernambucanas o rigor necessário para a apuração deste crime.
Perde sua família e seus amigos/as mais próximos, mas perdemos todos/as nós e a própria democracia brasileira.
Seu assassinato interrompe uma vida de sonhos e luta por justiça social.
Toda nossa solidariedade à família e o desejo que sejam confortados/as em sua dor.
Sandro, presente! Hoje e sempre!
Abong – Associação Brasileira de ONGs
Brasil, 29 de junho de 2019